CDL/BH

O Natal deve movimentar R$ 2,55 bilhões na economia de Belo Horizonte durante o mês de dezembro, uma alta de 0,9% em relação ao mesmo período do ano passado, quando R$ 2,53 bilhões circularam pelo comércio da capital. A projeção está em uma pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), que ainda coletou outras impressões sobre a data junto a consumidores e varejistas.

Quase metade dos consumidores (49%) disseram que pretendem presentear alguém no Natal. Desse grupo, 82,6% pretendem comprar em lojas físicas, sendo que os shoppings lideram a preferência (34,7%), seguidos pelas lojas de rua (32,6%) e, só depois, o e-commerce (19,4%). “O consumidor de Belo Horizonte valoriza a experiência completa: atendimento, qualidade e confiança. Isso mostra a força do comércio local e abre uma excelente oportunidade para os lojistas que investirem em boas vitrines, equipes preparadas e conveniência”, avaliou Marcelo Souza e Silva, presidente da CDL/BH.

Os entrevistados pretendem gastar, em média, R$ 467,04 com os presentes de Natal. Os itens mais procurados pelos consumidores são: roupas, com 57,1% das intenções e gasto médio de R$ 499,05; brinquedos (26,5%) e R$ 278,49 em média; calçados (20,4%) e R$ 421,43; e cosméticos (17,3%) e R$ 577,20 em média.

Na visão da CDL, a grande procura por produtos de uso pessoal e presentes afetivos indicam a busca por experiências simbólicas e úteis. Os principais presenteados serão filhos/enteados (54,1%), pais (36,7%), esposa (17,3%), namorados (16,3%), irmãos (14,3%), sobrinhos (11,2%) e netos (11,2%).

Os lojistas precisam se preparar, já que 75,5% dos consumidores farão suas compras nos 15 dias anteriores ao Natal. No entanto, para Souza e Silva, isso pode ser uma oportunidade: “O lojista deve estar preparado para um fluxo intenso na reta final. Promoções inteligentes, horário estendido e reforço em equipe podem transformar esse período em excelentes resultados”.

Em comparação ao Natal de 2024, 53,7% dos consumidores acreditam que os preços dos presentes serão maiores agora, enquanto 36,6% esperam preços semelhantes e 9,8%, menores. Entre os 45,5% dos entrevistados que não pretendem comprar presentes neste ano, a principal justificativa foi a alta dos preços, apontada por 82,4% desse grupo. 

A maior parte dos consumidores entrevistados (63,3%) disse que pretende pagar à vista pelas compras de Natal, o que indica uma organização financeira. Os que vão parcelar devem dividir em até quatro vezes. “O pagamento à vista dá mais segurança ao consumidor e reduz a inadimplência. Para o lojista, também é positivo, pois aumenta o giro de caixa e a margem de negociação”, disse o presidente da CDL/BH.

Quase metade das celebrações de Natal serão feitas ao redor da mesa de refeições, sendo que 36% irão realizar uma ceia e 10,5% vão fazer um almoço, revelando o potencial da data também para supermercados, empórios, sacolões e lojas especializadas. O gasto médio com estes eventos será de R$ 766,14, sendo que 47% dos entrevistados dividirão os custos.

Ainda “turbina” o varejo em dezembro o tradicional amigo oculto, citado por 20% dos entrevistados, com um gasto médio de R$ 158,11 por presente. “Esse comportamento reforça a importância de produtos de valor intermediário, gift cards, kits personalizados e opções criativas nas lojas”, destaca Souza e Silva.

Comerciantes estão otimistas

Do lado de dentro do balcão, 62,5% dos comerciantes de Belo Horizonte acreditam no crescimento nas vendas do Natal de 2025 em relação a 2024. Quase metade (48,7%) planeja aumentar os estoques, enquanto 44,7% consideram mais seguro manter os mesmos níveis do ano passado.

Entre as estratégias de venda, os empresários apostam na boa variedade de produtos (citada por 71,71%), no reforço da divulgação (59,54%), na flexibilidade e/ou facilidade de pagamento (50%), no aperfeiçoamento do atendimento (30,92%), na decoração temática (23,03%) e nas vendas online (21,38%).

As redes sociais mais citadas na divulgação dos produtos são o WhatsApp (88,49%), seguido pelo Instagram (84,54%) e Facebook (3,95%). Mais da metade dos empresários (56,25%) acreditam que o boca a boca também ajuda na divulgação, enquanto 71% ainda acreditam que o cartaz é uma mídia eficiente. Na avaliação da CDL/BH, isso confirma que o varejo local se sustenta em validação social e presença física, tornando essenciais estratégias híbridas offline-online.