A Justiça de Minas condenou Jaqueline Roberta Ornelas a 13 anos e quatro meses de prisão, em regime fechado, pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado contra um homem e coação contra parentes da vítima. O crime ocorreu em outubro de 2021, quando a acusada, que está em processo de transição de gênero, jogou óleo quente no corpo de um homem.

Segundo a acusação, Jaqueline se passou por mulher em um aplicativo de relacionamento para atrair a vítima, na época com 23 anos, e tentou matá-la com óleo quente em um apartamento na região da Pampulha, quando a vítima disse que não queria se relacionar com ela.

“O juiz Thiago Grazziane Gandra estabeleceu que o regime inicial de cumprimento da pena será fechado, sem direito a recorrer da sentença em liberdade”, informou o TJMG.
No julgamento desta segunda-feira (26), o Ministério Público defendeu a condenação por tentativa de homicídio qualificado. A promotoria destacou o risco de morte decorrente dos ferimentos causados pelas queimaduras de óleo e as sequelas permanentes sofridas pela vítima.

Catfishing
A denúncia apontou que Jaqueline praticou “Catfishing”, termo usado para descrever a prática de criar um perfil falso ou fictício para enganar ou atrair outras pessoas. 
Segundo as investigações da Polícia Civil, a vítima foi atraída pelo perfil falso e manteve um relacionamento virtual com Jaqueline – antes, Matheus de Souza Ornelas – por três meses.

No dia 30 de outubro de 2021, quando eles se conheceram pessoalmente e a vítima perguntou pela mulher do perfil, começaram uma briga. De acordo com a polícia, por não se sentir correspondida ao revelar que o perfil tinha sido feito por ela, Jaqueline jogou óleo fervente no rapaz, que teve queimaduras no rosto, no pescoço, no ombro, no peito e nas mãos.