Para o pedreiro Itamar da Rocha, de 58, morador da cidade de Ibirité, um outro problema é o estado de conservação dos coletivos. "Tem uma 'bateção' dentro do ônibus, parecendo que está tudo solto. Ônibus lotado e a porta mal fechada. Se alguém forçar um pouco, ela acaba de abrir e a pessoa cai", alerta o passageiro, que utiliza o Move para se deslocar até o bairro Coração Eucarístico, em Belo Horizonte.

Outro fator negativo apontado por ele é o comportamento dos motoristas. "Ao invés de parar no local, que é a obrigação, quando param uns quatro ou cinco ônibus ao mesmo tempo, ele passa por trás dos outros e vai embora", orienta.

Para o especialista em trânsito e professor no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) Agmar Bento, a implantação do Move trouxe mais segurança e conforto para os usuários do transporte coletivo. "Os níveis aumentaram de forma geral. Você acaba segregando o trânsito e isso causa menos acidentes", avaliou.

O especialista em segurança do trânsito, Rodrigo Mendes, pontua que o Move foi importante para a integração da região Norte metropolitana. Ela ressalta, no entanto, que ainda é preciso melhorias. “O Move Metropolitano conseguiu fazer a integração entre as linhas, utilizando os corredores. Mas a qualidade dos veículos está cada dia pior. O valor da passagem é alto, apesar da integração. Isso pesa no bolso do trabalhador e o empregador acaba onerado”, avalia. 

O especialista aponta quais melhorias o sistema deve priorizar nos próximos anos. “Aumentar as linhas, porque hoje é muito concentrado na região Norte, então precisa ir para Sarzedo e Ibirité, equilibrar o valor da tarifa e melhorar a qualidade do serviço prestado”, finaliza.

Procurada pela reportagem de O TEMPO, a Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) não se manifestou sobre os problemas apresentados pelos passageiros. A matéria será atualizada caso receba algum posicionamento.