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Minas pode ter dois candidatos à vice-presidência e ser decisivo para a eleição

20/07/2018 00h00 - Atualizado em 21/03/2019 12h36 por Admin


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Lucas Borges
lborges@hojeemdia.com.br

Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, pode ter dois candidatos à vice-presidência da República nas eleições de outubro deste ano: o empresário Josué Alencar (PR), filho do ex-vice José Alencar, e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB). Eles têm sido cotados para compor as chapas dos pré-candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT).

Josué, inclusive, é um nome que agrada às duas chapas. O grupo de partidos conhecido como “centrão” (PP, DEM, PR, PRB e SD) definiu que o filho de José Alencar deve ser indicado à vice de Alckmin ou Ciro. Pré-candidato ao governo de Minas, Rodrigo Pacheco (DEM) destaca a importância de um mineiro no Executivo federal, enaltecendo o nome de Josué para a disputa do cargo.

“É muito positivo para Minas Gerais ter um representante em uma chapa presidencial. Principalmente pela qualidade que o Josué Alencar demonstrou como empresário. Quanto mais representantes de Minas Gerais em Brasília, melhor. Seja como presidente, vice-presidente, e, até mesmo, compondo os ministérios do candidato que vencer as eleições”, completa.

Filiado a outro partido que compõe o “centrão”, o deputado estadual Lafayette de Andrada (PRB) afirma que ainda é cedo para cravar qual chapa Josué tem mais possibilidades de compor. No entanto, faz também questão de frisar o peso que o Josué daria às candidaturas.

“Ainda não é possível apontar qual chapa o Josué tende a compor. Vamos aguardar as convenções, mas, com certeza, são dois nomes (Alckmin e Ciro) de muita importância. O Josué tem muito prestígio. Ele é referência como empresário. Temos a convicção de que, caso ele seja escolhido, fará um grande trabalho”, afirma.

Com 164 deputados, o apoio do “centrão” se torna ainda mais importante se considerarmos o tempo no horário eleitoral gratuito. O bloco tem direito a 3’36 minutos, o que representa 30% do tempo diário, contra 2’59 minutos da coligação de Alckmin, 1’35 da base de Lula e 33 segundos da base de Ciro Gomes.

A indicação de Marcio Lacerda para ser vice de Ciro Gomes ganhou força a partir declarações recentes de membros do PSB, que afirmaram que a tendência é a de que o partido apoie a candidatura do ex-governador do Ceará.

Nesse cenário, o fato de ter um bom trâmite no setor empresarial e contar com o apoio de parte do segundo maior colégio eleitoral do país, o ex-prefeito de Belo Horizonte surge como uma das principais opções para o posto.

Entretanto, por meio de nota, a direção estadual do PSB afirmou que não há nenhuma articulação com qualquer partido envolvendo uma possível desistência da pré-candidatura de Lacerda ao governo de Minas.

Histórico

Minas tem um histórico forte de presença nas chapas presidenciais que foram eleitas. Desde a primeira eleição direta, em 1989, Minas esteve representada cinco vezes nas composições que venceram o pleito.

O primeiro foi Itamar Franco, eleito como vice e que assumiu a presidência após a o impeachment de Fernando Collor. Em seguida, José Alencar esteve ao lado de Lula nos oito anos em que o petista ficou à frente do Planalto. Por fim, Dilma Roussef foi eleita duas vezes para a Presidência da República.

Para o mestre em Direito Público e professor do Ibmec, Vladmir Feijó, a importância de Minas no pleito justifica a predileção de Alckmin e Ciro Gomes por um candidato a vice-presidente que seja mineiro.

“Um cenário de eleição nacional sem Minas fica bem difícil ou quase impossível para os principais candidatos. Nas ultimas cinco eleições foram eleitos ou chapa São Paulo- Minas ou Sudeste-Nordeste. Nos dois casos, o Josué se encaixaria, o que explica a busca do PSDB e do PDT”, avalia.

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