ELEIÇÕES 2022

O candidato a deputado estadual Leonardo Lúcio Morais (PTB), conhecido como Cabo Théo do Iscac, agrediu um menor de 17 anos, na última sexta-feira (15), em Santa Luzia, na Região Metropolitana, enquanto lhe apontava uma arma de fogo. Embora esteja licenciado da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) para concorrer ao pleito, Cabo Théo do Iscac é militar da ativa. 

A agressão foi registrada pelo circuito de segurança interna de um bar localizado na Avenida Brasília, no Bairro São Benedito. Logo no início, o vídeo flagra quando o Cabo Théo saca uma arma de fogo e a aponta contra o menor, que, após tropeçar, deixa uma bandeira de campanha cair antes de recuar para dentro do estabelecimento.

Então, ainda com a arma apontada para o adolescente, o candidato entra no bar, e, enquanto pede para que a bandeira seja colocada no lugar, soca o rosto do menor. “Bota no lugar! Bota no lugar! Pega a minha bandeira!”, ordenava, enquanto apontava para o mastro no chão. Em seguida, o jovem disse que iria colocá-la, mas, ao pedir desculpas ao militar, recebeu um pontapé antes de deixar o bar.

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A O TEMPO, Cabo Théo alegou que o menor teria sido mandado por grupos políticos adversários de Santa Luzia para quebrar o material de campanha. “Ele quebrou 70 bandeiras minhas. Na minha frente, foram três”, acusou o candidato. Inclusive, foi o próprio militar quem acionou a PMMG para registrar a ocorrência, acusando o adolescente de depredar as bandeiras. 

De acordo com o Registro de Evento de Defesa Social (Reds) da PMMG, o candidato a deputado estadual segurou o menor até que os militares chegassem para registrar a ocorrência. Entretanto, Cabo Théo optou por não ir à 3ª Delegacia de Polícia de Santa Luzia para acompanhar o desenrolar da ocorrência, uma vez que, conforme alegou, estaria passando mal. 


Já o menor, acompanhado pelo representante legal, disse aos policiais militares que ele e outros dois amigos caminhavam pela Avenida Brasília quando um deles pegou uma das bandeiras de Cabo Théo para balançá-la de brincadeira. Assim como o amigo, ele, então, fez a mesma coisa, mas quebrou o instrumento. Então, o adolescente afirmou que foi abordado por um cidadão, que teria se identificado como um militar, que lhe pediu para permanecer no local até que a ocorrência fosse registrada.

Conforme a PMMG, o menor, durante o depoimento, não relatou as agressões, o que, na prática, não o submeteu ao exame de corpo de delito. Como Cabo Théo não estava presente, o adolescente foi liberado. Entretanto, mais tarde, quando os militares tomaram conhecimento das agressões, “considerando a circulação de um vídeo”, a ocorrência foi reaberta.  

Questionado, Cabo Théo afirmou que o vídeo teria sido editado. “Para se ter uma ideia, eu não cheguei com a arma em punho. Só usei no momento em que ele levou as mãos nas cintura mencionando estar armado. (...) Juntos a ele estavam outros dois que na edição do vídeo não mostra que partiram pra cima de mim”, argumentou. De acordo com o candidato, os três teriam sido mandados por grupos políticos adversários em Santa Luzia para quebrar o material de campanha.


A O TEMPO, o presidente estadual do PTB, Braulio Braz, disse que, como está em campanha no interior de Minas, ainda não está ciente do episódio. “Eu moro em Muriaé e estou na estrada, no interior, fazendo campanha. Não estou sabendo deste caso. Quando eu voltar a Belo Horizonte, vou procurar saber o que aconteceu”, considerou. Já a PMMG ainda não respondeu se o candidato, mesmo licenciado, era autorizado a portar arma de fogo.