EFEITO ‘ZUMBI’

Mais uma morte de detento por suspeita de overdose da droga tipo “K” foi registrada no presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, na última sexta-feira (19 de abril). Elias Martins da Silva, de 40 anos, teve a morte confirmada após cinco dias de internação sem nenhum diagnóstico de doença. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que irá instaurar procedimento para identificar a causa do falecimento. 

A morte do detento seria a sétima a ocorrer dentro do presídio Antônio Dutra Ladeira, entre dezembro do ano passado e março deste ano, segundo o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG). No total, contando com este último, 14 presos morreram em presídios de Ribeirão das Neves desde o final do ano passado sem lesões aparentes ou diagnósticos de doenças, o que provocou um alerta nas forças de segurança do Estado. 

De fato, a Sejusp informou que as causas das mortes foram inicialmente registradas como suposta overdose de substância entorpecente denominada K, mas que os óbitos ainda estão em investigação. Essas drogas são conhecidas como “drogas zumbi”, em função da capacidade de desconectar o usuário da realidade. 

Elias Martins da Silva estava preso desde o final de janeiro deste ano, mas tem passagens pelo sistema prisional há mais de 10 anos. Ele morreu no Hospital Municipal São Judas Tadeu. “A direção do presídio abrirá um procedimento interno para apurar administrativamente as circunstâncias que levaram o custodiado à internação. Todos os procedimentos foram realizados para assegurar o pronto atendimento ao detento”, afirmou a Sejusp. O corpo do preso foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal, onde passará por exames. 

Quase 19 mil unidades da 'droga zumbi' foram apreendidas em presídios mineiros

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou, no último sábado (13 de abril), que apreendeu 18.656 unidades de drogas da família K, conhecidas como "droga zumbi", de janeiro de 2023 a março deste ano, em presídios de Minas Gerais.

O uso da droga está difundido nas penitenciárias do Estado e, pelos dados divulgados pela Sejusp, é como se, por dia, 41 unidades da droga fossem apreendidas nas cadeias administradas pelo poder público mineiro.

Ainda assim, existem relatos de policiais penais sobre a dificuldade de identificar o entorpecente, já que ele é diluído em papel, tecido, e outros objetos.