Os tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia apresentaram, cada um, duas proposições em 2018
Se o número de projetos de leis apresentados em 2018 pelos senadores de Minas Gerais fosse analisado em uma tabela semelhante à usada no Campeonato Brasileiro de futebol, o Estado escaparia por pouco do “rebaixamento”. Isso porque Aécio Neves e Antonio Anastasia, ambos do PSDB, e Zezé Perrella, do MDB, propuseram, entre janeiro e julho deste ano, quatro projetos, deixando o Estado na 22º posição, à frente apenas de Tocantins, Rondônia, Acre, Alagoas e Maranhão (ver ranking na arte). Os tucanos foram autores de dois projetos cada e o emedebista passou em branco. Os dados são do site oficial do Senado.
Além disso, Minas Gerais é, de longe, o pior colocado entre os Estados do Sudeste, onde o Espírito Santo lidera com folga – são 29 proposições de lei dos senadores capixabas. A falta de protagonismo de um Estado tradicionalmente forte no cenário político brasileiro em 2018 ganha luz em um ano decisivo para os três parlamentares, que se veem em meio às articulações que definirão seus futuros.
Antonio Anastasia vê a estatística com naturalidade e alega que grande parte dos projetos são apresentados no primeiro ano de mandato. “No meu caso, a maioria (dos projetos de lei) foi apresentada nos primeiros dois anos, quando se tem o grosso das ideias mais inovadoras. O último ano de mandato é atípico e a atividade parlamentar é menor, acontece não só comigo”, afirma o tucano.
Em comunicado, a assessoria de imprensa de Aécio Neves informou que, desde o início de seu mandato, em 2011, o Senador apresentou 344 proposições entre Propostas de Emenda à Constituição, Projetos de Lei, Projetos de Resolução, emendas e requerimentos diversos. “O senador é autor, entre outros, de projeto que humaniza a adoção de crianças e também de proposta que amplia a licença maternidade para mães de prematuros”, diz a nota.
Excesso de projetos. Zezé Perrella diz que a falta de proposição por parte dos senadores mineiros é uma questão subjetiva e que “nós, brasileiros, estamos precisando resolver outras questões”. Segundo o parlamentar, o papel do senador vai além de legislar e que há excesso de projetos de lei a serem votados. “Tenho vários que não foram apreciados pela Mesa. Apenas criar leis não representa nossa atuação. O Brasil tem excesso de projetos e minha função não é criar outros que sequer serão votados”, afirmou.
Mandato atual. Desde 2015, Antonio Anastasia (PSDB) assinou 28 projetos de lei no Senado. Aécio Neves, também do PSDB, apresentou 25 proposições. Zezé Perrella (MDB), no mesmo período, enviou sete resoluções à Casa. O total de 60 projetos coloca Minas Gerais na 15ª posição entre os 26 Estados e o Distrito Federal, resultado um pouco melhor que o alcançado neste primeiro semestre de 2018.
Mineiros utilizam quase meio milhão em verbas
Os senadores tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia e o emedebista Zezé Perrella utilizaram, segundo o Portal da Transparência do site oficial do Senado, R$ 420.738,86 em cotas para o exercício da atividade parlamentar, a chamada Ceap, antiga verba indenizatória.
Os números compreendem o período entre janeiro e julho de 2018.
Quase metade deste valor corresponde ao recurso que os parlamentes têm direito para aluguel de imóveis para escritório político. Juntos, os três representantes de Minas Gerais no Senado utilizaram, ainda, quase R$ 85 mil em passagens aéreas, aquáticas e terrestres dentro do território nacional.