Os metroviários de Belo Horizonte decidiram manter a paralisação completa do metrô da capital. A decisão foi tomada após reunião realizada em Brasília (DF) nesta quinta-feira (16). Uma assembleia da categoria está marcada para esta sexta-feira (17), às 17h, na Praça da Estação, no Centro de BH.

De acordo com o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG), a audiência de mediação que foi realizada no Ministério Público do Trabalho (MPT) e que incluiu representantes do Ministério das Cidades e da Casa Civil não gerou nenhuma proposta.

Como não foram apresentadas soluções para o futuro dos 1,6 mil funcionários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU-MG), privatizada em dezembro de 2022, a mediação foi suspensa e o MPT irá aguardar até 24 de março para que o governo federal se manifeste. Os metroviários pedem que os õrgãos governamentais adiem a assinatura do contrato de concessão da CBTU-BH, que não tem data para ocorrer, ou que forneçam proposta para evitar a perda dos empregos.

Entenda a greve
Em dezembro do ano passado, o metrô de BH foi privatizado em leilão realizado em São Paulo (SP). O grupo Comporte venceu o certame com lance único de R$ 25,75 milhões.

Em 14 de fevereiro, os servidores optaram por realizar uma greve total cobrando o fim da privatização. Em seguida, o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Regional (TRT-3) determinou que os metroviários fizessem escala mínima de 70% no funcionamento do serviço, mas eles optaram por não aderir à redução e manter a paralisação de 100%.

Os servidores da CBTU-BH reclamaram que não foram ouvidos durante o processo de elaboração do edital de concessão do metrô da capital e que temem a falta de estabilidade com a desestatização.