Ao todo, 523 municípios de seis regiões de Minas Gerais são atendidos por 177 ambulâncias, beneficiando mais de 9,2 milhões de pessoas em todo o estado
Com o objetivo de levar atendimento de urgência a todos os municípios do estado, o Samu192 constitui um dos principais pilares da Rede de Urgência e Emergência de Minas Gerais. Ele é essencial no atendimento primário às urgências de forma resolutiva, eficaz e segura, evitando a evolução de quadros graves, inclusive aqueles de situações evitáveis e que poderiam levar ao óbito do paciente.
O Samu representa uma importante porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), por receber diversas demandas emergenciais e prestar o atendimento inicial à saúde do usuário.
De acordo com o secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Nalton Moreira, o serviço é essencial para os primeiros atendimentos de urgências à população do estado e ele destaca o papel da regionalização do Samu.
“A regionalização do Samu possibilita a organização dos atendimentos de urgência e emergência não só na região, mas em todo o estado. Permite atingir um público maior, onde os municípios participam e têm as suas populações atendidas. Mesmo com as dificuldades que a gente vive, conseguimos ampliar o atendimento para as seis regiões do Estado. O governador Fernando Pimentel, juntamente com o secretário de Saúde, Sávio Souza Cruz, têm insistido para a ampliação desse serviço até cobrimos 100% do Estado. A previsão é chegue a mais de R$ 100 milhões os investimentos do Governo de Minas Gerais com os Samu 192, só em 2017. Esse recurso tem como objetivo reforçar o custeio dos serviços nas Unidades, melhorar a qualidade da saúde nos municípios e organizar os atendimentos nas regiões do Estado”, diz.
Ainda segundo o Nalton Moreira, a regionalização do serviço é uma das prioridades do atual governo. “Temos um projeto para alcançarmos todo o estado com o Samu Regional 192. Estamos avançando e a próxima região a receber o serviço será o Triângulo do Norte, tendo o município sede em Uberlândia, conforme deliberação vigente (CIB-SUS n° 1.690, de 10 de dezembro de 2013). A previsão é que o serviço comece a funcionar no início no primeiro semestre de 2018”, destaca.
Samus Regionais
Atualmente, existem seis Samus Regionais que permitem que 523 dos 853 municípios mineiros tenham acesso ao serviço. Isso equivale a 61,3% de cobertura do estado, atendendo cerca de 9,33 milhões dos 20,7 milhões habitantes do Estado, alcançando uma cobertura de 45% da população.
O Samu Regional 192 está implantado nas regiões ampliadas de saúde Norte, Nordeste/Jequitinhonha, Centro Sul, Sudeste, Sul e Centro Oeste (último a ser inaugurado em 2017). Além dos Samus regionais, o estado conta com 12 Samus municipais, distribuídos em Belo Horizonte, Betim, Contagem, Governador Valadares, Ipatinga, Itabira, Mariana, Ouro Preto, Poços de Caldas, Sete Lagoas, Uberaba e Patos de Minas.
Segundo a coordenadora de Urgência e Emergência da SES-MG, Kelly Fortini, além do Samu funcionar 24 horas por dia, “o serviço é de amplo acesso à população, se efetivando não só no atendimento assistencial de maneira direta, com envio de veículos tripulados por equipes capacitadas, mas também, por meio da prestação de orientações médicas por telefone. Com o seu funcionamento regional, os atendimentos móveis de urgência, passaram a contar com a disponibilidade de ambulâncias, devidamente equipadas para o atendimento pré-hospitalar, proporcionando atendimento eficaz e seguro a toda a população”, esclarece.
O último Samu Regional implantado no ano de 2017, foi o da região Centro Oeste, que abrange 54 municípios e atende a uma população de mais de 1,2 milhão de pessoas. O presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da região Ampliada Oeste (CIS-URG) e prefeito de Luz, Ailton Duarte, comemora a inauguração do serviço na região.
“O Samu é uma demanda histórica da região Oeste. O primeiro passo para a implantação do serviço foi dado com a fundação do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Ampliada Oeste, que é responsável por desenvolver, junto com as cidades afiliadas, ações de serviço de saúde por meio do SUS. Mesmo com as dificuldades encontradas em Minas e em todo país, no estado de Minas Gerais, o CIS-URG contou com repasse de cerca de R$ 7 milhões e a doação de 31 ambulâncias, feita pela SES-MG para que o Samu se tornasse uma realidade”, afirma.
Serviço Aeromédico
Além do atendimento com as Unidades de Serviços Básicos e Avançados, o Samu Regional Sul de Minas conta com o serviço Aeromédico Avançado de Vida, parceria entre o Batalhão de Operações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG) e o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Macro Região Sul de Minas (Cissul/Samu). O serviço realiza atendimentos pré-hospitalares em urgências graves, captação de órgãos e resgates de difícil acesso. Desde que entrou em operação, em 2016, a equipe do aeromédico realizou 308 atendimentos na região Sul.
De acordo com o presidente do Samu Regional e prefeito de Andradas, Rodrigo Aparecido Lopes, é importante unificar ainda mais o atendimento em todos os municípios consorciados, com o objetivo de prestar o serviço de urgência e emergência de maneira ainda mais rápida, garantindo aos usuários um atendimento de excelência e qualidade.
“Hoje, o contingente populacional das cidades atendidas é de 2 milhões e 600 mil cidadãos, que devem ser atendidos de maneira igualitária e eficiente. O serviço tem como objetivo a redução do tempo resposta no socorro às vítimas e o encaminhamento de pacientes em estado grave para hospitais de referência na região do Sul de Minas”, ressalta.
O aposentado e morador do município de Lambari, de 59 anos, José Antônio da Silva, teve um infarto e foi um dos primeiros pacientes a serem atendidos pelo serviço aeromédico.
“Estava em casa quando senti minha mão adormecer. Pouco depois, senti uma dor muito forte, que subia pelo braço e ia até o peito”, relata.
O senhor foi levado pela filha para ao Pronto Socorro da cidade, mas precisava ser transferido com urgência para um hospital. O Cissul Samu, então, acionou o Serviço Aeromédico Avançado de Vida e em poucos minutos, o aposentado já estava no Hospital Regional de Varginha.
"O cardiologista disse que se não fosse essa rapidez do atendimento, eu não estaria aqui hoje. Meu infarto foi muito forte. Graças a Deus e a esse serviço eu estou vivo”, conclui José Antônio.
O helicóptero Arcanjo, que realiza os atendimentos de urgência possui uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) completa e conta com uma equipe altamente qualificada composta por 1 médico, 1 enfermeiro, 1 piloto, 1 co-piloto e 2 tripulantes.
Para o diretor Clínico do Samu e médico do Serviço Aeromédico Avançado de Vida, José Fábio Capozzi, “o uso da aeronave diminui em muito o tempo de resposta de atendimento e deslocamento dos pacientes para tratamento definitivo. Alguns deles só estão vivos graças a isso, e a integração entre os parceiros, Samu, Corpo de Bombeiros, Batalhão de Operações Aéreas, Polícia Militar e Rodoviária, traz mais benefícios para a região e para os pacientes”.
Rede Urgência e Emergência
A Rede de Urgência e emergência é composta pela Atenção Primária em Saúde, Unidades de Pronto Atendimento, pontos de atenção hospitalar classificado de acordo com sua complexidade e função na Rede podendo ser classificados em: Hospital de Urgência Nível IV, Hospital Geral de Urgência Nível III, Hospital Geral de Urgência Nível II, Hospital de Referência ao Trauma Nível I, Hospital de Referência às Doenças Cardiovasculares Nível I, Hospital de Referência ao Acidente Vascular Cerebral Nível I e Hospital de Urgência Polivalente Nível I.
Com a implantação da Rede Urgência e Emergência, as regiões passam a contar com uma Central de regulação com médicos, telefonistas auxiliares de regulação médica e rádio operadores para dar o menor tempo resposta às demandas solicitadas pelo 192. Com isso, a atenção às condições agudas adotada será a classificação de risco por meio do protocolo de Manchester informatizado.
A SES-MG disponibiliza esse recurso em cada ponto de atenção da Rede Regional de Urgência e Emergência para que a linguagem seja única na classificação de risco das demandas de cuidado de pacientes em condições agudas.