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Animais vítimas de tráfico e atropelamento, entre outros tipos de violência, têm recebido a oportunidade de voltar ao habitat natural em Minas. Por meio do Instituto Estadual de Florestas (IEF), eles são recebidos nos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), onde são atendidos e tratados até estarem saudáveis para envio às áreas de soltura do Projeto Asas (Áreas de Soltura de Animais Silvestres). Em todo o estado, são 51 áreas cadastradas junto ao IEF e aptas para soltura. Somente neste ano, 1.800 animais já foram recebidos no Cetas e 970 foram soltos.
Entre os últimos animais resgatados estão três tamanduás-bandeiras órfãos que, após longo período de reabilitação, voltaram à natureza, neste mês de junho, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. A espécie é ameaçada de extinção.
Para o trabalho do Asas, o IEF tem como parceiros o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e as organizações não governamentais (ONGs) Waita Instituto de Pesquisa e Conservação e a Águas Vivas Socioambiental.
Minas Gerais conta atualmente com três Cetas, localizados em Juiz de Fora (Zona da Mata), Montes Claros (Norte de Minas) e Belo Horizonte, onde a unidade é compartilhada com o Ibama.
“Em relação à reabilitação dos animais silvestres que chegam nessas estruturas e sua reintegração ao ambiente natural, as ações do IEF têm propiciado a soltura de uma média de 55% do total de animais recebidos”, afirma a diretora de Proteção à Fauna do IEF, Liliana Adriana Nappi Mateus. Ela explica que algumas espécies necessitam de tempo maior para reabilitação, como foi o caso dos tamanduás no Triângulo, onde o projeto recebeu o nome de TamanduASAS. Para a espécie de tamanduás-bandeiras, o processo de soltura pode variar entre seis meses e um ano e meio.
Sob os cuidados de uma equipe especializada e multidisciplinar, da Unidade Regional de Florestas e Biodiversidade (URFBio) Triângulo, os filhotes de tamanduás receberam tratamento desde o aleitamento ao desmame. Durante o processo de acolhimento, os animais foram, gradativamente, sendo avaliados para estarem aptos à soltura em seu habitat natural. Durante todo esse trabalho, os analistas ambientais da unidade Triângulo do IEF aproveitaram para fazer estudos sobre a espécie. As informações são essenciais para manejo e conservação desses tamanduás em outras localidades.
TamanduASAS
O projeto TamanduASAS é uma parceria entre o IEF, o MPMG, a Polícia Militar de Minas Gerais (por meio da 9ª Cia de Meio Ambiente), o Projeto Bandeiras e Rodovias, o Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICA) e a ONG Águas Vivas Socioambiental.
A coordenadora de Proteção à Fauna da URFBio Triângulo, Mariceia Pádua, explica que os tamanduás foram acolhidos em um viveiro aberto, na região onde eles foram soltos e com cercas apenas para delimitação da área onde eles ficaram durante sua preparação para soltura. Lá eles receberam todos os cuidados necessários para sua saúde e bem-estar.
“Todo o trabalho é realizado sempre observando e respeitando a adaptação do animal durante todo o processo, pois cada indivíduo tem comportamento diferente um do outro. Quando identificamos que eles estavam prontos para a soltura, ela foi realizada com todo o cuidado necessário”, conta Mariceia. O estilo da soltura desses tamanduás foi a chamada soft release (soltura lenta), que é quando a porta do viveiro é aberta e o animal sai voluntariamente do recinto.
Monitoramento constante
Mesmo depois do retorno à natureza, os profissionais do IEF continuam tendo informações sobre os animais, que estão sendo monitorados por meio de coletes doados pelo Naples Zoo at Caribbean Gardens, que é uma organização caribenha sem fins lucrativos que coopera em programas de conservação dentro e fora da natureza para espécies ameaçadas de extinção, por meio do parceiro do TamanduASAS, o Projeto Bandeiras e Rodovias. Os coletes são essenciais para indicar a localização desses animais, o que permite melhor acompanhamento deles.
Antes da abertura da porta do viveiro o comportamento dos tamanduás foi observado sem o colete e, depois, com seu uso. Como a adaptação ao equipamento estava dentro do esperado, a porta foi aberta e, de acordo com Mariceia, os três tamanduás saíram no mesmo dia.
Além dos coletes para rastreamento, a equipe do TamanduASAS também acompanha esses mamíferos por meio de câmeras trap e visitas a campo. Todo esse monitoramento para avaliação desses animais em vida livre vai ocorrer, constantemente, durante o período de um ano, que é o tempo de durabilidade das baterias dos coletes.
Sobre o tamanduá-bandeira
Esse mamífero que já foi encontrado em todos os estados do Brasil pode comer até 30 mil formigas e cupins por dia. Ameaçado de extinção, o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) mede cerca de 2,20 metros, pesa até 45kg, tem uma cauda grande e com pelos grossos e compridos e um focinho longo. Ele passa a maior parte do tempo no chão, mas tem a habilidade para subir em árvores.
Atitudes simples podem contribuir para que as populações do tamanduá-bandeira sobrevivam: atenção redobrada nas estradas de modo a evitar atropelamentos, não os caçar, manter cães domésticos distantes de áreas de conservação, não praticar o desmatamento ilegal, não realizar queimadas, além de estudar e conhecer melhor sobre seus hábitos para saber como ajudá-lo a sobreviver no seu habitat natural.
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Entre os últimos animais resgatados estão três tamanduás-bandeiras órfãos que, após longo período de reabilitação, voltaram à natureza, neste mês de junho, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. A espécie é ameaçada de extinção.
Para o trabalho do Asas, o IEF tem como parceiros o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e as organizações não governamentais (ONGs) Waita Instituto de Pesquisa e Conservação e a Águas Vivas Socioambiental.
Minas Gerais conta atualmente com três Cetas, localizados em Juiz de Fora (Zona da Mata), Montes Claros (Norte de Minas) e Belo Horizonte, onde a unidade é compartilhada com o Ibama.
“Em relação à reabilitação dos animais silvestres que chegam nessas estruturas e sua reintegração ao ambiente natural, as ações do IEF têm propiciado a soltura de uma média de 55% do total de animais recebidos”, afirma a diretora de Proteção à Fauna do IEF, Liliana Adriana Nappi Mateus. Ela explica que algumas espécies necessitam de tempo maior para reabilitação, como foi o caso dos tamanduás no Triângulo, onde o projeto recebeu o nome de TamanduASAS. Para a espécie de tamanduás-bandeiras, o processo de soltura pode variar entre seis meses e um ano e meio.
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TamanduASAS
O projeto TamanduASAS é uma parceria entre o IEF, o MPMG, a Polícia Militar de Minas Gerais (por meio da 9ª Cia de Meio Ambiente), o Projeto Bandeiras e Rodovias, o Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICA) e a ONG Águas Vivas Socioambiental.
A coordenadora de Proteção à Fauna da URFBio Triângulo, Mariceia Pádua, explica que os tamanduás foram acolhidos em um viveiro aberto, na região onde eles foram soltos e com cercas apenas para delimitação da área onde eles ficaram durante sua preparação para soltura. Lá eles receberam todos os cuidados necessários para sua saúde e bem-estar.
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