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ALICE BRITO





Antônio Marques, de 46 anos,  amanheceu nesta quarta-feira (10), com o café da manhã garantido. Ele segurava com alegria um pão de sal com manteiga e um achocolatado. O homem mora nas ruas de Belo Horizonte há cerca de oito anos e não sabe qual foi a última vez que tomou um café da manhã tão reforçado.

"Sou de Caratinga, fui preso e não tive coragem de voltar pra minha cidade. Vivo nas ruas desde então. Hoje o dia está sendo diferente, tem fartura. Hoje não vou ficar com fome", disse o morador de rua.

Marques pôde ter esse acalento na fome graças à ação organizada pela Aquidiocese de Belo Horizonte. A ação ainda conta com a parceria com a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais (DPMG). O evento será realizado até às 12h, no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora da Conceição dos Pobres, no bairro Lagoinha, na região Noroeste da capital mineira. 

A ação é Inspirada pelo Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo papa Francisco, celebrado no dia 14 de novembro. Por isso, já nesta quarta, as pessoas em situação de rua e famílias em situação de miserabilidade além de terem a fome cessada com café da manhã e almoço garantidos, também terão acesso a atendimento espiritual, psicossocial, jurídico, doação de roupas e de materias de higiene. 

"Essa parceria entre defensoria pública e igreja tem o intuito de garantir assistência a serviços básicos, como documentos, e garantir a dignidade humana e a justiça", enfatizou a defensora pública Raquel Gomes. 

Acalento


Michele Cristina, de 35 anos, mora nas ruas há cinco, com o marido e a filha de trê anos. Depois que o marido perdeu o emprego de vigia em uma empresa, a família não teve mais como pagar o aluguel e a solução foi construir um barracão de lona improvisado debaixo de uma marquise. A família vive com a ajuda que recebe de estranhos e de ações sociais na maioria das vezes realizadas por igrejas. 

"Hoje vim garantir o café e almoço da minha família. Ainda vamos poder levar cada um uma peça de roupa, graças a Deus. Vou aproveitar para tirar documentos novos, porque perdi os meus", celebrou a mulher. 

Mais ações


Outras duas ações estão previstas para o fim de semana. De acordo com o padre do Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora da Conceição dos Pobres, Júlio César Gonçalves Amaral, no sábado haverá um encontro de dom Walmor Oliveira e alguns padres com a população de rua na Catedral Cristo Rei.

"Essa iniciativa é para auxiliar a população de rua que só cresce e de também chamar atenção da sociedade sobre a importância de amparar quem precisa", explicou o padre. 

Doações


Ainda conforme o pároco, durante todo o ano a Arquidiocese de Belo Horizonte recebe doações para a realização de auxílio diário às pessoas em situação de rua. 

Para ajudar basta deixar a doação na Arquidiocese de Belo Horizonte, na avenida Brasil, 279, bairro funcionários, na região Centro-Sul da capital. Para mais informações basta ligar no 31 3269-3100

"Neste momento precisamos de doações de materiais de higiene pessoal e roupas", salientou o pároco. 

Números


Em Belo Horizonte, cerca de 4.600 pessoas estão em situação de rua, de acordo com os dados da Prefeitura de BH (PBH), obtidos por meio do cadastramento realizado pelo CadÚnico, do Governo Federal. 

Dia Mundial dos Pobres
A data, 14 de novembro, foi instituída pelo papa Francisco em 2017. Em sua mensagem, o líder da igreja católica propõe uma abordagem diferente da pobreza, com uma atenção particular para com os pobres, reconhecendo as múltiplas e demasiadas formas de desordem moral e social que sempre geram novas formas de pobreza.