PANDEMIA

Apesar de o comércio não essencial estar proibido de funcionar em Belo Horizonte desde o início de de março, os números de mortes e de internações continuam em escalada exponencial e, um dos motivos, pode ser a insistência das pessoas em burlarem o isolamento social - justamente no pior momento da pandemia em Belo Horizonte (na sexta-feira, 26, a capital registrou recorde de mortes na pandemia em 24h, com 59 óbitos). Na opinião do infectologista Estevão Urbano, do Comitê de Enfrentamento da Covid19 da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), apenas a imposição de restrições cada vez mais rigorosas, como o fechamento até de parte do serviços essenciais aos domingos, que começou a valer hoje, não resolverá os problemas: é preciso bom senso e fiscalização. 

"O cenário é caótico, e eu acredito que boa parte disso seja pelas variantes, mas também está faltando um pouco mais de adesão das pessoas nas práticas de distanciamento. Há aquelas que insistem em não acreditar na transmissão do vírus", pontua. "Tudo que puder agregar no sentido de diminuir a circulação de pessoas também diminui a circulação do vírus e pode contribuir com a redução de contágio, transmissões, internações e principalmente de óbitos". completa. 

Ele também explica que, por isso mesmo, é impossível prever por quanto tempo o comércio ainda ficará fechado, juntamente com outros pontos, como praças e parques. "Estamos sem condições de fazer previsão, é uma variante totalmente imprevisível, estamos conhecendo ela agora", diz. 

Para o médico, a fiscalização é fundamental no atual contexto, mas ele ainda apela para a conscientização: "Tem que aumentar a fiscalização e torná-la cada vez mais eficiente. Todavia, não adianta decretar um lockdown (ainda hipotético) e as pessoas começarem a burlar, não atenderem, porque a fiscalização não dará conta disso tudo. Tem que haver um senso coletivo da importância (do isolamento) nesse momento", conclui.