DESTRUIÇÃO DA NATUREZA


O combate ao incêndio na reserva de Serra Negra, em Patrocínio, já dura 12 dias. Nesta sexta-feira (20/8), pela manhã, houve a esperança de que ele pudesse ser debelado, no entanto, depois de quase controlado, fortes ventos fizeram com que as chamas se espalhassem e renascessem em vários focos. Estima-se que até o momento 60.480 hectares, que correspondem a 560 campos de futebol, queimaram.

O combate nesse décimo segundo dia começou ainda de madrugada. Os bombeiros foram divididos em três frentes, em pontos considerados prioritários, segundo o capitão Lucas Maia. Nas primeiras horas de trabalho, foi possível realizar sensível progresso, segundo ele, sendo que vários focos foram debelados.

No entanto, com o passar das horas, a temperatura aumentou muito, assim como os ventos, o que fez com que novos focos surgissem, de forma esparsa e em várias partes da mata, em pontos muito distantes uns dos outros.


O bombeiros continuam contando com apoio de helicópteros e drones, que visualizam os locais prioritários para alocação das equipes de solo e, assim, procederem as intervenções necessárias.


Grupos de bombeiros são levados pelo helicóptero a pontos de difícil acesso. “Os trabalhos são difíceis de serem realizados devido à densidade da mata e pelo fato do terreno ser muito íngreme, além de ter muitas pedras soltas e árvores que caem. Isso exige uma atenção redobrada”, diz o capitão Maia.

As equipes continuam em campo e as operações prosseguem para o sábado. Participam das operações bombeiros de Patos de Minas, Patrocínio, Belo Horizonte e Uberaba, que contam com apoio da Polícia Militar e funcionários de empresas privadas, que segundo o capitão, têm sido de grande importância.

Cônego Marinho


A preocupação com incêndio florestal não é só em Patrocínio. Uma grande área, 1.580 hectares de mata nativa, foi destruída na zona rural de Cônego Marinho, próximo a Januária, no Norte de Minas. A área, segundo informações do Corpo de Bombeiros, não é protegida, assim como nos povoados próximos de Candeal, Beira da Cruz e Gaim. O incêndio já dura dois dias.


Moradores contam que o fogo começou nas margens da rodovia LMG 603 na manhã desta sexta-feira, não sendo identificada a causa. Devido aos fortes ventos, baixa umidade relativa do ar e vegetação de cerrado e pastagem bastante densa e desidratada, o incêndio se propagou rapidamente.


O combate ao fogo conta com um drone, dois caminhões pipa, motoniveladora e tratores da Prefeitura Municipal de Cônego Marinho, além dos moradores da região. Os bombeiros traçaram uma estratégia de combate, que começou com a construção de aceiros no perímetro do incêndio e realizados ataques direto e indireto às chamas.

Os maiores problemas foram a propagação rápida do fogo, a dificuldade de deslocamento no terreno e a grande extensão da área atingida, o que impediu que o fogo fosse debelado no primeiro dia. Nesse segundo dia, uma guarnição de Montes Claros reforça o combate.