PRESERVAÇÃO DE PARQUE

Ambientalistas, representantes do poder público e parlamentares discutem nesta terça-feira (06/05) os impactos do desmanche previsto para duas barragens na área de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça. As ações serão tema de audiência pública, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Há grande preocupação da comunidade de Brumadinho, onde fica o empreendimento, e de ambientalistas sobre os impactos ambientais da descaracterização das estruturas, que constam de um termo de compromisso entre a Mineração Geral do Brasil (MGB), que é responsável pela Mina Casa Branca, os órgãos ambientais mineiros e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). 

A Mina Casa Branca foi desativada em 19 de junho de 2001 e é composta por duas cavas e duas barragens de contenção de rejeitos, construídas sobre antigas áreas de exploração. 

A empresa sustenta no termo de compromisso que realizará uma "descaracterização sustentável", com a remoção total das barragens e dejetos, reciclagem do material, destinação adequada, recuperação e revitalização ambiental da área e revegetação com árvores e plantas locais. 

Contudo, a comunidade e os ambientalistas destacam que o projeto prevê a construção de uma estrada para escoar o minério proveniente das obras de descaracterização das barragens, e que esse fluxo, bem como os trabalhos nas estruturas "poderão causar danos irreversíveis para a fauna e flora da região, além do comprometimento das águas e nascentes dos afluentes da bacia do Rio Paraopeba". 

Contrário ao projeto, o grupo de moradores e ambientalistas destaca que "o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça foi criado para ser um captador de água para o abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Tem seis mananciais de águas, classificadas pelo IGAM como sendo especiais. Suas nascentes abastecem as bacias do Rio das Velhas e do Rio Paraopeba". 

A audiência pública está marcada para as 10h, no Auditório José Alencar, e foi requerida pelas deputadas Beatriz Cerqueira (PT) e Bella Gonçalves (PSOL). 

Por enquanto confirmaram presença o diretor de Gestão de Barragens e Recuperação de Área de Mineração e Indústria da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM), Roberto Junio Gomes, ambientalistas e membros do conselho consultivo do parque.

Foram chamados também outros parlamentares e representantes do Instituto Estadual de Florestas (IEF-MG), da unidade de conservação e dos ministérios públicos Federal e Estadual. Não consta, ainda, a presença de representantes da MGB.