A Polícia Civil de Minas (PCMG) indiciou por estupro de vulnerável  o homem de 47 anos que carregou e estuprou uma jovem de 22 anos no bairro Santo André, na região Noroeste de Belo Horizonte, na madrugada do dia 30 de julho, após um evento de pagode no Mineirão. Ele está preso desde o dia 31 em um presídio de Ribeirão das Neves, na Grande BH, mas o inquérito policial foi concluído e  encaminhado para a Justiça nesta terça-feira (8).

A investigação também indiciou o motorista de aplicativo que deixou a jovem desacordada na porta da casa dela. Ele responderá pelo crime de abandono de incapaz. A informação foi confirmada pelas delegadas Danúbia Quadros e Carolina Bechelany em coletiva na manhã desta quarta-feira (9).

Segundo a delegada Danúbia Quadros, o indiciado por estupro trabalha como pintor, é casado, tem dois filhos e não possuia  antecedentes criminais, até então. Em depoimento à polícia o homem negou a violência sexual e permaneceu o tempo todo calado. 
"A investigação concluiu que o estuprador agiu sozinho e estava lúcido no momento do crime. Ele teria carregado a vítima por cerca de 700 metros nas costas até o local do crime, um campo de futebol na região, e permaneceu com ela por cerca de 3h", explicou a delegada.

Segundo a policial, ele foi indiciado pelo crime de estupro de vulnerável justamente pelo fato da jovem não poder oferecer qualquer tipo de resistência à violência sexual.

Danúbia disse ainda que a polícia aguarda a conclusão de exames toxicológicos e de material genético, mas que o indiciamento por estupro de vulnerável independe do resultado dos laudos. "Ela claramente não pôde de forma alguma oferecer resistência para se defender dessa violência sexual", observou.
A Polícia Civil não indiciou o amigo que estava com a jovem no show de pagode no Mineirão e o motociclista que ajudou a desembarcar a vítima do carro de aplicativo.

“A polícia judiciária trabalha com condutas criminosas, tipificadas na legislação penal. Por mais reprovável socialmente, por mais inconsequentes e irresponsáveis que tenham sido as  condutas, principalmente dessa pessoa que a jovem chama de “amigo”, a polícia não aferiu uma tipificação penal para essa conduta”, detalhou.

Preservativo
No local do crime a polícia encontrou um preservativo usado e, segundo a investigadora, o indiciado ofereceu material genético para as investigações. O crime de estupro de vulnerável, previsto no artigo 217a do Código Penal, tem pena de reclusão de 8 a 15 anos.
 
O crime
O homem indiciado por estupro de vulnerável encontrou a jovem desacordada na porta da casa dela, após a vítima ser abandonada por um motorista de aplicativo, quando voltava do Mineirão.
Ela foi colocada nos ombros e levada até o campo de futebol. Imagens de câmeras de segurança de imóveis do bairro Santo André flagraram a ação. O homem ficou com a vítima por cerca de  três horas.
Aos militares, contou que passou pela rua, encontrou a vítima caída e desacordada e decidiu carregá-la até um local seguro.