A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) irá apresentar, até a próxima quarta-feira, nova proposta de reajuste salarial para os professores da educação infantil. O anúncio foi feito ontem pelo prefeito Alexandre Kalil, após reunião com representantes da categoria.
Até lá, no entanto, os profissionais irão manter a greve iniciada na última segunda-feira e que atinge cerca de 60 mil alunos, conforme o Sindicato dos Trabalhadores de Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-Rede).
Em razão da nova proposta, o projeto de lei que prevê mudanças na carreira de educador infantil, em tramitação na Câmara de BH, foi suspenso. Dentre as alterações, é discutido aumento de até 15% apenas para os professores com curso superior.
Durante toda a tarde de ontem, a categoria realizou um protesto pacífico na porta da prefeitura, na avenida Afonso Pena, no Centro. Os servidores reivindicam equiparação salarial com os professores do ensino fundamental. Se o pedido for acatado, o salário inicial nas Unidades Municipais de Ensino Infantil (Umeis) passaria dos atuais R$ 1.451 para R$ 2,2 mil.
“Os percentuais serão estudados dentro da capacidade financeira da prefeitura e apresentados até o próximo dia 2”, garantiu Alexandre Kalil, após se reunir com sindicalistas.
Os novos índices serão avaliados pelos professores em assembleia prevista para 3 de maio. “A prefeitura vai fazer a proposta para o fim da greve, e a gente aguarda ansiosamente”, afirmou Evangely Albertini, diretora do Sind-Rede.
Nada menos que 582 municípios mineiros não demonstraram cumprir o piso salarial da educação, o equivalente a 68% do total. Os dados são do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG)
Rede privada
Na rede particular, as negociações entre professores, em greve desde ontem, e escolas continuam. Pelo menos oito colégios confirmaram ao Hoje em Dia que não irão funcionar hoje. Dentre eles, instituições como Magnum, Arnaldo e Dom Silvério. Ontem, os colégios Padre Eustáquio e Nossa Senhora das Dores não tiveram aulas no período da tarde.
Segundo o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG), 30 escolas devem aderir ao movimento, afetando 20 mil estudantes.
Já o Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG) não confirma os números. Em nota, o órgão repudiou o anúncio de greve, alegando que “as negociações continuam”.
A entidade que representa as escolas pretende apresentar uma contraproposta com manutenção do adicional por tempo de serviço e das bolsas de estudo para os filhos dos professores, além de permanência do intervalo entre as aulas.
Segundo a presidente do Sinpro-MG, Valéria Morato, o objetivo é manter todos os demais direitos que a nova convenção retiraria. Uma rodada de negociações entre as partes está marcada para a manhã de hoje. À tarde, os docentes irão decidir se a paralisação será mantida.