A base do governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa (ALMG) está correndo contra o tempo para que o veto do chefe do Executivo estadual à reforma administrativa seja votado até a próxima quinta-feira, quando a Casa entra oficialmente em recesso. Os líderes dos blocos na ALMG se reuniram ontem à tarde para definir um cronograma. A expectativa é que as discussões tenham início amanhã, às 10h, em sessão extraordinária.

O presidente da ALMG, Agostinho Patrus (PV), convocou reuniões extraordinárias tanto para amanhã quanto para quinta-feira. O veto é analisado em turno único, e, antes de ser discutido, será necessário que Agostinho defina um relator em plenário. Uma sessão extraordinária que havia sido convocada para a manhã de hoje foi cancelada.

Apesar de o governo trabalhar com a possibilidade de votação ainda no primeiro semestre, há alguns obstáculos a serem enfrentados. O principal deles é o quórum mínimo para a votação. De acordo com o regimento da ALMG, é preciso que 39 deputados, o que equivale à maioria dos parlamentares, estejam presentes para abrir a sessão. Para discutir o tema, é necessária a presença de pelo menos um terço dos parlamentares, o que corresponde a 26 deputados.

Integrantes da base do governo ouvidos pela reportagem antes da reunião já admitiam a hipótese de o tema ficar para o segundo semestre. “É uma semana meio atípica. Como o Romeu Zema já esteve na ALMG na semana passada, alguns deputados entendem como se o recesso já tivesse iniciado”, disse o deputado governista Dalmo Ribeiro (PSDB). 

Apesar disso, ele afirmou que o bloco tem feito uma articulação junto aos membros para garantir a presença dos parlamentares. “O nosso líder de governo (deputado Luiz Humberto Carneiro, do PSDB) está fazendo contato, ligando para os deputados. Estamos trabalhando para que ocorra (a votação). Vamos aguardar”, disse.

Nos bastidores, a informação é que, após a visita de Zema à ALMG na semana passada, quando foi entregue o relatório do Assembleia Fiscaliza, se instaurou um clima de recesso branco no Legislativo. Muitos deputados, principalmente os do interior, já teriam retornado às suas bases.

O deputado João Leite (PSDB), que participou da reunião de líderes, acredita que o veto será votado até o fim da semana. “Hoje (ontem), por exemplo, na reunião de líderes, vi deputados do interior, como Luiz Humberto, Tadeu Martins Leite (MDB) e o próprio líder do PT, Ulysses Gomes”. De acordo com o tucano, os líderes vão se articular junto aos blocos para garantir a presença de parlamentares.

“É difícil avaliar (se a votação fica ou não para o segundo semestre), porque tanto eu como os outros líderes ainda vamos convocar os blocos para discutir a questão”, disse o deputado Sávio Souza Cruz (MDB), que lidera o bloco independente Minas Tem História. Também participaram do encontro o líder da oposição, André Quintão (PT), e Cássio Soares (PSD), que está à frente do bloco independente Liberdade e Progresso. O deputado Luiz Humberto não tinha sido localizado até o fechamento desta edição.

Caso fique para o segundo semestre, o veto do governador à reforma administrativa continuará trancando a pauta do Legislativo. No último dia 9, a matéria ganhou a preferência de ser votada no plenário.