Pelo menos 43 radares foram retirados de ruas e avenidas de Belo Horizonte nas últimas duas semanas. O motivo é o fim de contratos da prefeitura com a empresa proprietária dos equipamentos. Na avaliação de especialistas, a retirada dos dispositivos aumenta os riscos de acidente  e não deve ser feita sem estudos técnicos para garantir a segurança do trânsito nos locais.

Um dos radares retirados era um equipamento localizado na avenida Cristiano Machado, em frente ao nº 673, altura do bairro da Graça, no sentido Centro. O radar foi campeão de multas por dois anos seguidos. Em 2018, esse radar chegou a registrar 11.321 multas para motoristas que estavam acima da velocidade permitida na via, de 60km/h. 

Atualmente BH tem 408 locais com fiscalização eletrônica. Em outras vias importantes da capital, como a avenida Raja Gabaglia, na Região Centro-Sul, motoristas já perceberam a falta dos equipamentos.
 
Radar na avenida Cristiano Machado foi retirado. (Fernando Michel / Hoje em Dia)
O professor e especialista em trânsito Márcio Aguiar explica que todo radar de velocidade é instalado com base em estudos técnicos e que os dispositivos são colocados em locais com grande incidência de acidentes ou atropelamentos. Segundo ele, a retirada dos controladores de velocidade trazem riscos para o trânsito.

“Se foi feito um estudo, ele foi colocado por um motivo, para evitar acidentes. Quando se retira esses radares os acidentes podem voltar. Não pode simplesmente sair tirando e deixar uma “janela” até a instalação de novos”, alerta o especialista.

Em nota, a PBH afirmou que já iniciou os trâmites para a contratação de novos equipamentos e que, em breve, os equipamentos serão instalados nos mesmos locais. Ainda assim, após serem instalados os equipamentos devem passar por uma fiscalização do Inmetro, antes de começar a multar. 
O Hoje em Dia questionou a PBH sobre os riscos da retirada dos dispositivos para motoristas e pedestres, sem que haja outras sinalizações ou intervenções no trânsito e aguarda retorno.