O Sistema FIEMG, por meio do Centro Internacional de Negócios – CIN, em parceria com o Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, promoveu nesta quarta-feira, dia 28/08, na sede da FIEMG, em Belo Horizonte, a Conferência SelectUSA 2019.

O evento teve como objetivo discutir a expansão internacional de empresas mineiras no mercado americano. Especialistas apresentaram tendências para a internacionalização, incluindo aspectos técnicos voltados à execução do processo de investimento nos Estados Unidos.

Fabiano Nogueira, presidente do Conselho de Política e Mercado Internacional da FIEMG, ressaltou que esse evento reforça os laços de cooperação econômica por meio da busca de novas oportunidades de parcerias, investimentos e negócios entre Minas Gerais e os Estados Unidos. Os dois países são parceiros estratégicos tanto no que se refere a comércio quanto aos investimentos e possuem economias dinâmicas e diversificadas, com grande convergência de valores e interesses.

“Há um claro interesse dos dois lados em dar um salto de qualidade nas relações bilaterais. Há muitas e novas oportunidades que ainda podem ser exploradas nos mais diversos campos do relacionamento, com destaque para a integração de cadeias de valor, a melhoria do ambiente de negócios e o fomento dos investimentos, a facilitação e desburocratização do comércio, a ampliação das iniciativas conjuntas em ciência, tecnologia e inovação, e o fortalecimento da cooperação em matéria de defesa, segurança, energia, educação e cultura”, afirma Nogueira.

Rita Rico, cônsul dos Estados Unidos em Belo Horizonte, destacou a parceria histórica do Brasil e dos Estados Unidos. Em 2018, o comércio bilateral de bens e serviços entre os países ultrapassou bilhões de dólares. De acordo com Rico, no ano passado, o Brasil foi o 17° país que investiu nos Estados Unidos, tornando-se a maior fonte de investimentos da América Latina, com mais de 39 bilhões de dólares. “Casos de sucesso podem ser encontrados em todas as áreas de produtos e serviços. Atualmente temos empresas brasileiras dos mais diferentes setores, presentes em mais de 29 estados americanos”, afirma. A cônsul ressalta que ainda há mais oportunidades de expansão comercial. “Para que uma empresa se torne um caso bem sucedido de internacionalização, é importante entender quais são os fatores que geram competitividade, inovação e que impulsionam os negócios em todos os Estados Unidos. E este evento tem este objetivo”, pontua Rico.

Segundo Juliano Alves Pinto, subsecretário de Promoção de Investimentos e Cadeias Produtivas da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, internacionalizar uma empresa é diminuir a sua vulnerabilidade, abraçar o mundo com o desafio de ser realmente competitivo e os Estados Unidos se colocam como o país ideal para oferecer este tipo de oportunidade.  

De acordo com Belen Gallegos, gerente do SelectUSA, empresas de todos os tamanhos podem investir nos Estados Unidos e o momento é agora. “Investir no país é a melhor decisão que uma empresa pode fazer já que terá acesso há um mercado grande e qualificado”, diz Gallegos.

Durante a tarde, os participantes do evento tiveram sessões de atendimento individualizados com representantes do SelectUSA.

Parceria comercial

Os Estados Unidos é o principal destino das exportações brasileiras de produtos manufaturados, além de ser um investidor tradicional no Brasil, contanto com empresas com presença no mercado brasileiro há mais de 100 anos. As empresas brasileiras, por sua vez, têm investido cada vez mais nos Estados Unidos como forma de ganhar escala, absorver tecnologia e lançar-se ao mundo.

Na vertente comercial, os Estados Unidos são o segundo maior parceiro do Brasil e o principal destino das exportações industriais brasileiras, uma vez que produtos manufaturados e semimanufaturados compõem cerca de 75% da pauta exportadora brasileira àquele país. O fluxo de bens e serviços é da ordem de US$ 96 bilhões. No ano de 2018, a corrente de comércio de bens registrou trocas em valor superior a US$ 58 bilhões.

Em 2018, as exportações brasileiras foram de US$ 28,6 bilhões e as importações provenientes dos EUA somaram US$ 28,9 bilhões. Produtos metalúrgicos representaram 17% dos itens mais exportados para os EUA, seguido de máquinas e equipamentos 17% e petróleo 13%.

A balança comercial de Minas Gerais, ao contrário da brasileira, é positiva em US$ 406 milhões. Alimentos e produtos metalúrgicos apresentam destaque nas exportações mineiras, representando 37,2% e 30,1% respectivamente. As exportações de MG representam 6,2% no total exportado pelo país. Nas importações brasileiras, Minas Gerais representa 4,7% do total nacional, com destaque para o petróleo que detém aproximadamente 23% da pauta de compras do estado.