Em parceria com a Cemig e a Belotur, músicos produziram marchinhas contra o assédio e a prevenção de acidentes de trânsito e na rede elétrica
O governador Fernando Pimentel recebeu nesta terça-feira (6/2), no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, representantes de 12 blocos carnavalescos da capital. Eles participam de uma campanha educativa para o Carnaval 2018 promovida pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), com o apoio da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur). Durante os desfiles de rua neste ano, os grupos irão exibir estandartes com mensagens voltadas para o combate ao assédio, a defesa da diversidade, da paz e da segurança dos trios, além da responsabilidade no trânsito.
Fernando Pimentel ressaltou a iniciativa de chamar os blocos para pensar como o poder público pode auxiliar a festa. “Cumprimos o que pensamos em fazer, que era ouvir vocês todos e inaugurar essa novidade histórica. Esse lugar em que estamos (Palácio da Liberdade) tem a idade de Belo Horizonte, 120 anos. E esse salão já viu muita gente, menos os blocos de Carnaval da capital do Estado. É a primeira vez que vocês vêm aqui. Estamos felizes de sermos protagonistas desse momento histórico. Belo Horizonte foi uma cidade inventada. As vocações daqui foram construídas pelo nosso povo. A vocação do belo-horizontino é acordar cedo e ir trabalhar, mas é também fazer Carnaval, boa música, boa convivência, a boa culinária, tudo que tem a ver com o encontro entre as pessoas. O que fizemos hoje aqui foi celebrar uma característica da nossa capital, uma cidade inventada que é reinventada todo dia”, disse.
O governador destacou ainda que a cidade tem hoje uma festa baseada na tolerância e lembrou a parceria que existe com a prefeitura. “Nós construímos aqui um formato - não o governo, mas o povo de Belo Horizonte -, um Carnaval de tolerância, de segurança para as pessoas. Isso é um diferencial que nos dá muito orgulho. Isso faz muita diferença hoje em dia e nós podemos explorar isso de forma a torna-lo um dínamo econômico para a cidade. Eu acho que a prefeitura está entendendo assim. É importante criarmos esse ambiente de segurança sem tirar a espontaneidade, a alegria, o espaço de convivência fraterna”, completou.
Representantes dos 12 blocos participaram do encontro e da campanha. Tchanzinho Zona Norte e o Bloco do Pescoção desenvolveram marchinha sobre o assédio. Me Beija que Eu Sou Pagodeiro e Angola Janga sobre diversidade. O Bloco da Calixto e o bloco Volta Belchior falaram sobre paz no Carnaval. Chama o Síndico e Havaianas Usadas cantaram a importância de não dirigir se beber. A segurança da rede elétrica e a segurança dos trios elétricos foram o tema de quatro grupos: Então, Brilha, Unidos do Samba Queixinho, Lindo Bloco do Amor e Juventude Bronzeada.
A campanha também abrange a divulgação de mensagens educativas no formato de marchinhas criadas pelos próprios blocos. Elas estão sendo veiculadas em mais de 300 rádios de Minas Gerais, em redes sociais e pelos próprios grupos de Carnaval. Também está prevista a distribuição para os foliões de leques com os seis temas da campanha.
Carnaval coletivo
O diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Cemig, Thiago Camargo, ressaltou que a proposta de aproximação da campanha com o público já apresenta resultados. “Já tivemos retornos positivos dos blocos e acredito que essa ideia, que foi desenvolvida com a Cemig e os blocos, pode permanecer, ser mantida e ampliada nos próximos carnavais”, afirmou.
O secretário de Estado de Cultura, Ângelo Oswaldo, lembrou que o crescimento da festa na capital mineira demandou uma articulação entre o governo do Estado e a prefeitura. “O crescimento do Carnaval impõe essa articulação, a participação de todos, inclusive do Estado. Temos que somar esforços. O Estado tem bom diálogo com a prefeitura e tem essa sensibilidade para ver o que está acontecendo na cidade”, disse.
O presidente da Belotur, Aluizer Malab, destacou o crescimento do número de bandas e de público na cidade e a importância de preservar esse movimento. “Nos tornamos o sexto destino mais procurado no Carnaval do Brasil neste ano, ganhando de Recife. Esse crescimento é muito importante e a gente inicia o ano com muita alegria, geração de emprego e de renda. Essas campanhas vêm consolidar a base do que já fazemos pelas ruas. Demorou mais de 110 anos para Belo Horizonte ter um Carnaval do jeito que tem, e não vamos perder isso tão fácil. Não é só Carnaval, a gente agora tem verão”, disse, ao lado do presidente da Fundação Municipal de Cultura, Juca Ferreira, e de outros representantes da prefeitura da capital e da Cemig.
A cantora Aline Calixto, do Bloco da Calixto, lembrou a importância da união de forças do poder público junto dos artistas para viabilizar a festa. “Espero que, daqui para frente, com o governo do Estado e a prefeitura, a gente possa ter cada vez mais diálogo, transparência nas ações, e construir junto em prol de todos os blocos”, afirmou.