ANÁLISE

Mesmo antes de sair do papel, as obras nos viadutos do Anel Rodoviário, anunciadas nesta sexta-feira (18/8), já têm o reconhecimento do professor de engenharia de transportes do Cefet-MG, Renato Guimarães Ribeiro. Em entrevista a O TEMPO, o especialista elogiou a decisão dos executivos municipal e federal de priorizar o principal corredor rodoviário de BH. 

"O Anel sempre foi uma via federal gerenciada pelo governo estadual, sem possibilidade de intervenção do município. Então, esse arcabouço que se cria agora, em que a prefeitura e o governo federal se articulam, é muito importante. Sinaliza um avanço de maneira positiva para resolver um problema crônico de toda região metropolitana (de BH)", diz Guimarães.  

De acordo com o professor, o Anel Rodoviário tem o perfil certo para desafogar o trânsito da região metropolitana de BH por não passar pelo hipercentro da capital mineira. Mas, há um gargalo nos viadutos. “Se você observar o Anel Rodoviário, em todos os seus viadutos as vias laterais (marginais) são cerceadas. Ao mesmo tempo, você tem um estrangulamento de faixas. A expansão dele (do Anel) de duas para três faixas por sentido não foi feita nos viadutos, porque eram obras mais caras. Agora, essas obras vêm para garantir a fluidez adequada nesses pontos”, explica o professor do Cefet-MG. 

A lista de obras é a seguinte:

Viaduto da BR-040 sobre o Anel Rodoviário (previsão de início em abril/24) - Novas alças viárias e implantação de novo viaduto. 

Viaduto sobre a Av. Amazonas (previsão de início das obras em setembro/24) - Alargamento do viaduto existente, implantação de dois novos viadutos, alças e passarela.

Viaduto sobre a Av. Presidente Antônio Carlos (previsão de início das obras em setembro/24) - Alargamento de viaduto existente, alças e passarela. 

Pontilhão ferroviário bairro Betânia (previsão de licitação de projeto executivo em janeiro/24) - Alargamento do viaduto existente, implantação de novo viaduto, alças e passarela.

Viaduto sobre a Av. Tereza Cristina (previsão de licitação de projeto executivo em janeiro/24) - Alargamento do viaduto existente, implantação de novo viaduto, alças e passarela.

Viaduto da Praça São Vicente (previsão de licitação de projeto executivo em janeiro/24) - Implantação de quatro novos viadutos e alças viárias.

Viaduto sobre a Av. Pedro II (previsão de licitação de projeto executivo em janeiro/24) - Implantação de dois novos viadutos e alças viárias. 

Viaduto sobre a Av. Cristiano Machado (previsão de licitação de projeto executivo em janeiro/24) - Alargamento de viaduto existente e implantação de novo viaduto. 

As intervenções serão feitas com dinheiro do governo federal, por meio da versão número três do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O investimento estimado é de R$ 1,5 bilhão. 

O Anel Rodoviário recebe um fluxo diário estimado em 130 mil veículos em toda sua extensão, que cruza algumas das principais vias de Belo Horizonte, como as avenidas Cristiano Machado, Antônio Carlos, Carlos Luz (Catalão), Pedro II, Via Expressa e Amazonas.

De acordo com o  Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no trecho de maior fluxo, entre a avenida Amazonas e a BR-040, trafegam em média 105 mil veículos por dia. Só em 2022, a Polícia Militar Rodoviária (PMRv) registrou aproximadamente 730 acidentes com vítimas no Anel Rodoviário. Essas ocorrências resultaram em 60 mortes no mesmo período.