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O trem da história apita na estação, abre espaço para a cultura e convida a comunidade a seguir nos trilhos do futuro, num “embarque imediato” movido a criatividade. Nesse cenário, será inaugurado na próxima terça-feira (26/8), às 10h, o Estação de Memórias de Santa Luzia, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) localizada no Corredor Leste da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). O novo equipamento cultural, com entrada gratuita, ocupa o imóvel tombado pelo município e inaugurado em 1893, quando a cidade ainda se chamava Santa Luzia do Rio das Velhas.
A iniciativa para preservar a memória ferroviária e criar espaços para que as novas gerações conheçam a importância desse patrimônio partiu da VLI (administradora da FCA, em parceria com a Agência de Iniciativas Cidadãs (AIC) e a Prefeitura de Santa Luzia. O programa Estação de Memórias registra e divulga histórias e lembranças sobre o passado em processo com a participação das comunidades, estando documentados encontros e entrevistas de quem vivenciou o vaivém dos trens. Dessa forma, o conteúdo é transformado em espaços expositivos, montados na estação, que pertence à administração municipal.
Segundo a gerente-geral de Sustentabilidade e Comunicação da VLI, Danny Marchesi, apresentar as histórias hoje e mantê-las para as futuras gerações integra o compromisso da companhia de deixar legado e compartilhar valor com a sociedade. “A preservação do patrimônio cultural e da memória ferroviária é um dos pilares da estratégia de atuação social da VLI. As ferrovias foram essenciais para o desenvolvimento econômico e social de muitas cidades brasileiras, moldando suas identidades, como ocorre em Santa Luzia. A companhia se orgulha em fazer parte da história deste município e promover a celebração e a preservação dessas memórias”, ressalta.
O prefeito Paulo Bigodinho ressalta que a estação é um símbolo da cidade e guarda muitas lembranças das famílias luzienses. “Com o Estação de Memórias, Santa Luzia ganha um espaço de valorização da sua história e, ao mesmo tempo, de aprendizado para as novas gerações. Nosso compromisso é preservar o passado para inspirar o futuro.” Já a secretária Municipal de Cultura, Regilene De Carvalho Rodrigues, explica que o espaço foi construído com a participação da comunidade, carregando, assim, a essência da memória coletiva. “O Estação de Memórias é mais do que um museu: é um lugar vivo, no qual tradição, cultura e identidade se encontram para manter viva a história da ferrovia em Santa Luzia.”
Voz da comunidade
Na manhã de ontem, a reportagem do Estado de Minas viu a movimentação no entorno da estação ferroviária, agora restaurada, inaugurada em 6 de abril de 1893 à beira da linha que, na época, era prolongamento da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil rumo ao sertão mineiro. Por volta das 9h, equipes cuidavam do paisagismo e da montagem da exposição.
Para o presidente da Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia, Adalberto Andrade Mateus, a restauração da estação ferroviária representa a recuperação da memória ferroviária em Santa Luzia. “Em boa hora, temos de volta um cartão postal da cidade e a inauguração de um museu dedicado aos ferroviários. Como destaque, a volta do letreiro original, de quando a estação se chamava Rio das Velhas em alusão ao nome da cidade no século 19, e a réplica da placa que homenageia os ferroviários luzienses”, disse Adalberto.
História
Idealizado como espaço expositivo dedicado à memória ferroviária do município, o equipamento cultural tem como objetivo contar histórias que envolvem a ferrovia da inauguração à atualidade. Nesse recorte de tempo, se destacam a relevância do território para a história do Rio das Velhas, a imigração no Brasil, as manifestações populares, o trabalho dos ferroviários e a vida cultural no entorno do prédio do final do século 19. Para abordar esses temas, a expografia é composta por uma linha do tempo, jogo da memória, personagens inspirados em figuras locais, entrevistas em vídeo e objetos cenográficos.
Algumas particularidades da história ferroviária local ganham realce com objetos, documentos e equipamentos usados no trabalho dos ferroviários bem como nas memórias de quem conviveu com os trens e presenciou a movimentação no entorno da estação. A expografia Na Estação de Memórias de Santa Luzia, construída de forma colaborativa, incluiu também a identificação de cerca de 80 fotografias, além de 12 objetos e documentos históricos. Ao todo, foram realizadas 13 entrevistas em áudio e três oficinas colaborativas, que contaram com a participação de 30 voluntários.
A coordenadora-geral do projeto pela AIC, Gislaine Gonçalves, informa que a chegada da ferrovia, em 1893, transformou Santa Luzia. Localizada às margens do Rio das Velhas, em uma rota que já era estratégica por ligar a região mineradora ao sertão, a cidade teve sua vocação reforçada como ponto de distribuição de mercadorias. “A inauguração da estação fez com que o trem se tornasse um meio de transporte fundamental de moradores e cargas para diversas cidades do interior do estado. Dessa forma, se tornou o centro da vida cotidiana: armazéns, oficinas, pensões, padaria e até um cinema surgiram ao seu redor. A passagem do trem, com seu apito, o vapor da Maria Fumaça e o som dos trilhos, ainda hoje desperta memórias que ajudam a construir esta exposição, feita a muitas mãos.”
Investimento
O Programa Estação de Memórias recebeu, nos últimos anos, cerca de R$ 16 milhões para a preservação da memória ferroviária. Para este ano, a companhia investirá R$ 1,7 milhão no resgate da memória ferroviária, com um conjunto de ações de fortalecimento dos acervos de estações ferroviárias de importância histórica e de promoção da cultura das comunidades. Conforme a VLI, o investimento é realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). No ano passado, foram investidos mais de R$ 2,4 milhões nesta iniciativa.
Em 2022, o programa chegou a Matozinhos (RMBH), e a Cachoeira (BA). No ano seguinte, foram reinauguradas, em Minas, as estações em Carmo do Cajuru e Divinópolis, no Centro-Oeste, e Uberaba, Campos Altos, Araguari, no Triângulo. Já no Rio de Janeiro, a de Três Rios. Em 2024, o Estação de Memórias contemplou Mateus Leme, Formiga, Contagem, São João del-Rei e Tiradentes, em Minas. Neste ano, além de Santa Luzia e Pedro Leopoldo (RMBH), o programa está previsto para ser inaugurado em Itaúna, Centro-Oeste mineiro, e Alagoinhas (BA). Em 2026, as inaugurações serão em Sete Lagoas, na Região Central de Minas, Bambuí, no Centro-Oeste mineiro, e Aguaí (SP).
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A iniciativa para preservar a memória ferroviária e criar espaços para que as novas gerações conheçam a importância desse patrimônio partiu da VLI (administradora da FCA, em parceria com a Agência de Iniciativas Cidadãs (AIC) e a Prefeitura de Santa Luzia. O programa Estação de Memórias registra e divulga histórias e lembranças sobre o passado em processo com a participação das comunidades, estando documentados encontros e entrevistas de quem vivenciou o vaivém dos trens. Dessa forma, o conteúdo é transformado em espaços expositivos, montados na estação, que pertence à administração municipal.
Segundo a gerente-geral de Sustentabilidade e Comunicação da VLI, Danny Marchesi, apresentar as histórias hoje e mantê-las para as futuras gerações integra o compromisso da companhia de deixar legado e compartilhar valor com a sociedade. “A preservação do patrimônio cultural e da memória ferroviária é um dos pilares da estratégia de atuação social da VLI. As ferrovias foram essenciais para o desenvolvimento econômico e social de muitas cidades brasileiras, moldando suas identidades, como ocorre em Santa Luzia. A companhia se orgulha em fazer parte da história deste município e promover a celebração e a preservação dessas memórias”, ressalta.
O prefeito Paulo Bigodinho ressalta que a estação é um símbolo da cidade e guarda muitas lembranças das famílias luzienses. “Com o Estação de Memórias, Santa Luzia ganha um espaço de valorização da sua história e, ao mesmo tempo, de aprendizado para as novas gerações. Nosso compromisso é preservar o passado para inspirar o futuro.” Já a secretária Municipal de Cultura, Regilene De Carvalho Rodrigues, explica que o espaço foi construído com a participação da comunidade, carregando, assim, a essência da memória coletiva. “O Estação de Memórias é mais do que um museu: é um lugar vivo, no qual tradição, cultura e identidade se encontram para manter viva a história da ferrovia em Santa Luzia.”
Voz da comunidade
Na manhã de ontem, a reportagem do Estado de Minas viu a movimentação no entorno da estação ferroviária, agora restaurada, inaugurada em 6 de abril de 1893 à beira da linha que, na época, era prolongamento da antiga Estrada de Ferro Central do Brasil rumo ao sertão mineiro. Por volta das 9h, equipes cuidavam do paisagismo e da montagem da exposição.
Para o presidente da Associação Cultural Comunitária de Santa Luzia, Adalberto Andrade Mateus, a restauração da estação ferroviária representa a recuperação da memória ferroviária em Santa Luzia. “Em boa hora, temos de volta um cartão postal da cidade e a inauguração de um museu dedicado aos ferroviários. Como destaque, a volta do letreiro original, de quando a estação se chamava Rio das Velhas em alusão ao nome da cidade no século 19, e a réplica da placa que homenageia os ferroviários luzienses”, disse Adalberto.
História
Idealizado como espaço expositivo dedicado à memória ferroviária do município, o equipamento cultural tem como objetivo contar histórias que envolvem a ferrovia da inauguração à atualidade. Nesse recorte de tempo, se destacam a relevância do território para a história do Rio das Velhas, a imigração no Brasil, as manifestações populares, o trabalho dos ferroviários e a vida cultural no entorno do prédio do final do século 19. Para abordar esses temas, a expografia é composta por uma linha do tempo, jogo da memória, personagens inspirados em figuras locais, entrevistas em vídeo e objetos cenográficos.
Algumas particularidades da história ferroviária local ganham realce com objetos, documentos e equipamentos usados no trabalho dos ferroviários bem como nas memórias de quem conviveu com os trens e presenciou a movimentação no entorno da estação. A expografia Na Estação de Memórias de Santa Luzia, construída de forma colaborativa, incluiu também a identificação de cerca de 80 fotografias, além de 12 objetos e documentos históricos. Ao todo, foram realizadas 13 entrevistas em áudio e três oficinas colaborativas, que contaram com a participação de 30 voluntários.
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O Programa Estação de Memórias recebeu, nos últimos anos, cerca de R$ 16 milhões para a preservação da memória ferroviária. Para este ano, a companhia investirá R$ 1,7 milhão no resgate da memória ferroviária, com um conjunto de ações de fortalecimento dos acervos de estações ferroviárias de importância histórica e de promoção da cultura das comunidades. Conforme a VLI, o investimento é realizado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). No ano passado, foram investidos mais de R$ 2,4 milhões nesta iniciativa.
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