DIÁLOGO

A maior maternidade do Estado passa por uma problemas financeiros que prejudicam o atendimento e impedem a compra de insumos básicos e o pagamento de médicos

O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, afirmou neste sábado (18) que o governo federal avalia a possibilidade de aumentar o aporte de recursos destinados ao Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte. A maior maternidade do Estado passa por uma crise financeira que prejudica o atendimento e impede a compra de insumos básicos e o pagamento de médicos.

“Nós estamos discutindo com a Prefeitura de Belo Horizonte e vamos fazer uma reunião na próxima semana para estudarmos como podemos ter atendimento pleno neste hospital, que é importante para todo cidadão de Minas Gerais”, afirmou o ministro, em visita ao centro de saúde São Geraldo, na região Leste da capital, para o Dia D da campanha de vacinação contra sarampo e poliomielite.

Nesta semana, o município havia informado que solicitou à União aporte adicional de R$ 18 milhões ao ano para o hospital, pedido que estava em análise pelo Ministério da Saúde.

O anúncio de Occhi foi feito após o fechamento de mais oito leitos da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal da maternidade forçar a transferência de grávidas de alto risco para outros hospitais, conforme O TEMPO mostrou nesta semana.

Das 41 vagas disponíveis para cuidados de prematuros e recém-nascidos doentes no Sofia Feldman, 15 estão desativadas, o que representa perda de 36% da capacidade de atendimento. A maternidade tem déficit mensal de R$ 1,5 milhão e acumula uma dívida de R$ 100 milhões.

“O governo federal repassa recursos mediante a produção dos serviços, que tem que ser compartilhada entre União, Estado e município. Nós estamos dispostos a aumentar o repasse de recurso federal”, disse o ministro.

O secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, disse que a prefeitura é responsável por mais de 10% dos recursos da produção do hospital – em junho, a prefeitura anunciou o repasse de até R$ 500 mil adicionais ao mês, valor condicionado a metas. “Como o Sofia não é um hospital público, é filantrópico, a alocação de recursos tem que ser feita com certo cuidado”, declarou.

No entanto, segundo o diretor técnico e administrativo do hospital, Ivo Lopes, o hospital ainda não recebeu os recursos, o que deve ocorrer nesta semana. “Reconheço as dificuldades de todos os entes, é uma calamidade financeira mesmo, mas a gente tem que ter esperança e continuar lutando e não prejudicar as mulheres e as crianças”, afirmou.

Vacinação abaixo do esperado
Com movimento abaixo do esperado pela Prefeitura de Belo Horizonte, o dia D da campanha nacional de vacinação contra poliomielite e sarampo chegou ao fim com 33,13% das crianças vacinadas contra a pólio e 32,82% delas imunizadas contra o sarampo, segundo balanço parcial da Secretaria Municipal de Saúde. A meta é alcançar 95% do público-alvo, composto de 109.438 crianças de 1 a menos de 5 anos de idade.

Neste sabado (18), os 151 centros de saúde da capital foram abertos. “Já faz alguns anos que não temos mais surto e casos de poliomielite, mas o sarampo voltou ao Brasil neste ano, por conta também da entrada dos imigrantes da Venezuela”, afirmou o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, em visita ao centro de saúde São Geraldo, no Leste da cidade, que ofereceu algodão doce e brincadeiras para as crianças. “A vacina é segura e a única forma de proteção”, disse.

A cabeleireira Tuane Luiza, 27, aproveitou o sábado para levar a filha Emilly, 4, para se vacinar. “Durante a semana é mais difícil, porque ela estuda e eu trabalho. Eu me preocupo em manter o cartão de vacina dela em dia”.