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Em ato contra Bolsonaro, parte dos servidores da UFMG deve parar atividades nesta quarta em BH

23/10/2018 00h00 - Atualizado em 21/03/2019 12h38 por Admin


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Anderson Rocha
arocha@hojeemdia.com.br

Parte dos servidores da biblioteca, do bandeijão e de outros setores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) deve se mobilizar durante algumas horas da manhã e tarde desta quarta-feira (24), em Belo Horizonte e demais cidades onde a instituição mantém unidades.

O ato, cujo suposto chamamento circula via WhatsApp, é motivado, segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino (Sindifes), pelas declarações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) de que, caso seja eleito, fará cortes nos recursos do ensino superior federal. A entidade que representa os professores foi procurada, mas ainda não se posicionou.

No cartaz, compartilhado via aplicativo de mensagens, supostamente assinado pela chefia da biblioteca da universidade, há a informação de que o ambiente acadêmico estará fechado durante o dia por motivo de adesão à "paralisação da UFMG, a favor da democracia e da autonomia da universidade pública".

A reportagem conversou com uma funcionária da Biblioteca Central da UFMG, que preferiu não se identificar. Ela afirmou desconhecer o citado cartaz. Atualmente, a instituição conta com 25 bibliotecas somente no campus Pampulha, além de outras em Montes Claros, no Norte de Minas; e em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha.

De acordo com Cristina Del Papa, coordenadora-geral da Sindifes e assistente em administração na UFMG, os profissionais mobilizados farão panfletagens para a comunidade acadêmica, que tem público flutuante estimado em cerca de 60 mil pessoas. O objetivo é informar potenciais indecisos sobre as propostas de Bolsonaro que, de acordo com Del Papa, atacam diretamente as universidades e, por consequência, alunos e funcionários.

"Dentre os pontos, o inominável diz que retirará a autonomia acadêmica e que cortará em 70% o orçamento da educação federal", afirmou. Segundo ela, esses recursos já foram diminuídos em 50% desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, concluído em agosto de 2016. Caso hajam mais cortes, ela afirma que significará a "morte do ensino federal".

"Se perdermos mais, diminuiremos o número de matrículas. Se cortarem nossa autonomia, o espaço da universidade, que é de discussão e crítica, será encerrado", disse.

Mobilização é nacional

A mobilização nas instituições federal nesta quarta-feira é nacional e teve início após chamamento de servidores da Universidade de São Paulo (USP). Ainda é incerto se professores participarão do processo.

A reportagem procurou o Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte, Montes Claros e Ouro Branco (Apubh), mas ainda não obteve retorno. A Apubh tem, atualmente, segundo a UFMG, aproximadamente 2,8 mil professores associados.

Também foi procurada a assessoria do candidato Jair Bolsonaro, mas ainda não houve retorno.