Calculado de janeiro a março deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas até apresentou um resultado positivo se comparado com o do mesmo período do ano passado. Conforme dados da Fundação João Pinheiro (FJP), divulgados ontem, o conjunto da economia estadual gerou R$ 153,6 bi no período, com aumento de 3,3% sobre o primeiro trimestre de 2019.

O número, contudo, foi decepcionante quando avaliado na base anual: em 12 meses, até março, o PIB mineiro caiu 0,9% ante o registrado nos 12 meses anteriores – enquanto, de acordo com o IBGE, o PIB nacional cresceu 0,9%, na mesma comparação. 


Segundo a FJP, o descasamento da taxa anualizada do PIB mineiro em relação à do Brasil foi verificado a partir do segundo trimestre de 2019, em função, principalmente, dos desdobramentos da “disrupção da produção de minério de ferro”, fruto da tragédia de Brumadinho, e da “bianualidade do ciclo de safras do café” (anos ímpares, como 2019, têm produção pior).

No primeiro trimestre de 2020, a deterioração do PIB tanto mineiro quanto brasileiro relacionou-se, segundo pesquisadores da FJP, à pandemia do novo coronavírus (sobretudo a partir da metade de março), com consequências sobre a dinâmica econômica e social interna (o distanciamento e isolamento social e o fechamento de estabelecimentos) e externa (ao afetar o comércio internacional entre as regiões). 
Entre os desempenhos que puxaram o PIB de Minas para cima, em relação ao último trimestre de 2019, destacam-se o do setor agrícola, especialmente influenciado pela boa safra de grãos. 

Já entre os segmentos com pior performance na mesma comparação figuram algumas atividades industriais, como a construção civil (-4,1%) e a mineração (retração de 2%), e as operações e vendas de serviços (-1,7%) e do comércio (-1,5%).