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A margem da sociedade e muitas vezes invisíveis nas grandes cidades. Essa é a situação de 150 mil pessoas no Brasil em situação de rua. De acordo com dados de maio deste ano do Cadastro Único (CadÚnico) do Ministério da Cidadania, divulgados nesta semana pelo Programa Transdiciplinar Polos de Cidadania da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Em Minas Gerais há 18 mil pessoas em situação de rua, sendo que mais de 9 mil delas, ou seja, mais de 50%, estão em Belo Horizonte. O levantamento também traz que 12 dos 853 municípios mineiros concentram 70% dessa população.
Outro apontamento do estudo é de que tal população é formada, majoritariamente, por homens. Em Minas Gerais, 88% da população de rua é do sexo masculino. Em Belo Horizonte, os dados mostram que 84% das pessoas em situação de rua se autodeclaram pretas ou pardas. Na visão de especialistas, isso deixa evidente o tamanho do racismo estrutural instalado no país.
Os dados divulgados pela UFMG servem de base para o projeto Rua do Respeito, desenvolvido pela universidade, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e outros órgãos que desenvolvem um trabalho direcionado às pessoas em situação de rua. A falta de dados tão específicos sobre essa população, que muitas vezes ficam restritos apenas aos divulgados pelo Ministério da Cidadania, impede na visão de especialistas, que políticas públicas mais eficazes sejam construídas para esse público.
“Em uma trajetória de 24 anos de trabalho com a população em situação de rua, o Polos de Cidadania sempre percebeu uma grande dificuldade de obter informações acerca desse fenômeno. Apesar de os dados serem importantíssimos para a proposição de políticas públicas, entendemos que eles não são suficientes. Essas pessoas são mais do que números e por isso deveriam ser mais que quantificadas, pois a vida delas importa. São vidas negras que importam e que por isso deveriam, também, ser qualificadas”, conta o professor da UFMG, doutor André Luiz Freitas Dias.
De acordo com o especialista, o problema dos dados ficarem restritos apenas aos que constam no Cadúnico é a subnotificação dos números. “A Nota Técnica nº 73, produzida pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), a partir de dados do Cadúnico e de censos do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), estima que no Brasil, hoje, existam mais de 220 mil pessoas em situação de rua”, observa.
Para a juíza do TJMG, Mariana de Lima Andrade, que integra o projeto Rua do Respeito, a pandemia de coronavírus também mostrou o tamanho da invisibilidade das pessoas em situação de rua no Estado. Segundo a magistrada, ainda nos primeiros meses da pandemia, quando o projeto foi as ruas para prestar atendimento às pessoas, muitas não entendiam porque os comércios estavam fechados.
“Essas pessoas não existem aos olhos da sociedade. Em meio a essa pandemia, elas só passarão a existir no momento em que entrarem nas estatísticas como vítimas fatais ou contaminadas. “Elas haviam sido alijadas até mesmo de ter acesso às informações sobre a magnitude da pandemia”, pontua a magistrada.
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Números de maio do Ministério da Cidadania foram divulgados pela UFMG e apontam que o Brasil tem 150 mil pessoas morando nas ruas; apenas em Minas são 18 mil
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Outro apontamento do estudo é de que tal população é formada, majoritariamente, por homens. Em Minas Gerais, 88% da população de rua é do sexo masculino. Em Belo Horizonte, os dados mostram que 84% das pessoas em situação de rua se autodeclaram pretas ou pardas. Na visão de especialistas, isso deixa evidente o tamanho do racismo estrutural instalado no país.
Os dados divulgados pela UFMG servem de base para o projeto Rua do Respeito, desenvolvido pela universidade, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e outros órgãos que desenvolvem um trabalho direcionado às pessoas em situação de rua. A falta de dados tão específicos sobre essa população, que muitas vezes ficam restritos apenas aos divulgados pelo Ministério da Cidadania, impede na visão de especialistas, que políticas públicas mais eficazes sejam construídas para esse público.
“Em uma trajetória de 24 anos de trabalho com a população em situação de rua, o Polos de Cidadania sempre percebeu uma grande dificuldade de obter informações acerca desse fenômeno. Apesar de os dados serem importantíssimos para a proposição de políticas públicas, entendemos que eles não são suficientes. Essas pessoas são mais do que números e por isso deveriam ser mais que quantificadas, pois a vida delas importa. São vidas negras que importam e que por isso deveriam, também, ser qualificadas”, conta o professor da UFMG, doutor André Luiz Freitas Dias.
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