Em dias normais, de 20 a 30 caminhões do produto chegam à Central, mas nesta sexta-feira nenhum chegou ao local. As sacas negociadas são as que sobraram de ontem

Márcia Maria Cruz


O quinto dia de greve dos caminhoneiros mantém o movimento na Central de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas) bem reduzido. Segundo os comerciantes e produtores, ainda faltam muitos produtos e os preços do pouco que é comercializado já registra aumento de mais de 600%.
"O preço está surreal. Prefiro deixar minhas bancas vazias" - Leandro Tadeu, proprietário de sacolão(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
A saca de 50kg da batata, que normalmente é vendida a R$70, já é comercializada por R$250 a R$500. O proprietário de sacolão Leandro Tadeu, de 35, encontrou o produto por R$500. "Não achamos mercadoria para comprar. O preço está surreal. Quando repassa para o cliente, ele acha que estamos roubando. Prefiro deixar minhas bancas vazias". Diariamente, ele compra cinco sacas. Hoje, levou apenas uma.

No entreposto da Ceasa costumam chegar de 20 a 30 caminhões de batatas inglesas, mas hoje não entrou nenhum. O negociado foi o que sobrou de ontem. Na sexta passada, a Ceasa recebeu 28,5 mil caixas de tomate. Hoje, chegaram apenas 3,5 mil. A diferença fez com que o preço da caixa do hortifrut aumentasse de R$35 para R$70.
"Se não tiver mais entrada, pode chegar a R$100 a caixa amanhã, afirma o produtor de São João de Manhuaçu, Lucas Dutra, que conseguiu trazer 60 caixas em duas caminhonetes. Ele tem caminhão parado na BR-262 em Realeza, com 400 caixas. "Caminhão parado na pista com dois dias perco toda mercadoria", explicou.