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Para além das dores físicas, como aquelas sentidas por Maria Sueli, e a perda da vida que deixou um sofrimento irreversível para os amigos e familiares de Miqueias e Clara Maria, a pesquisadora da UFMG e médica Nádia de Machado Vasconcelos analisou outros traumas deixados pela violência nas vítimas. Conforme a tese de doutorado, mulheres que convivem cronicamente com a violência têm maior risco de desenvolver problemas de saúde como cefaleia, dores abdominais e lombares, distúrbios do sono, fibromialgia e síndrome do intestino irritável, e ainda ansiedade, depressão e inclinação para o uso abusivo de drogas. E a estatística da violência doméstica em Minas Gerais só cresce: o número de casos passou de 141.582 em 2022 para 153.599 em 2024. Com relação ao feminicídio, entre janeiro de 2022 e o primeiro mês deste ano, 535 mulheres foram vítimas do crime e outras 627 quase perderam a vida.
“Notou-se que as mulheres que sofrem com as violências psicológica, física e sexual, podem desenvolver depressão, ansiedade, fazer consumo de drogas, bebidas e desenvolver pensamentos autodestrutivos. Além disso, por meio dos abusos sexuais, elas podem contrair algum tipo de doença sexualmente transmissível, HIV e até mesmo possuem maior risco de aborto. O que isso quer dizer? Que mulheres que sofrem violências físicas ou sexuais elas têm um menor controle sobre o tipo de sexo que elas praticam, então elas estão mais expostas ao sexo inseguro”, explica a médica.
Seis dias após ser brutalmente golpeada no rosto por um sargento da Polícia Militar, padrasto do jovem a quem entregaria um mandado, a fratura no nariz da oficial de Justiça Maria Sueli Sobrinho é o menor de seus problemas. Ela foi surpreendida por um estranho e passou a lidar com uma versão de si mesma até então desconhecida: a de vítima de violência de gênero. “Fico rememorando os fatos. Para que fui até o meu carro? Eu deveria ter saído do local quando o policial se exaltou, mas não imaginei que uma violência tão horrível pudesse acontecer comigo. O sentimento é de vergonha, de culpa. Antes, quando ouvia as mulheres falarem dessa culpa, eu não entendia. Agora, eu sei”, desabafa, com a voz embargada.
Maria Sueli já percebe os primeiros sinais do trauma: diariamente, sente dor de cabeça, febre e chega a vomitar. Apesar do desejo de retomar uma possível normalidade, ela agendou atendimento psicológico para não carregar sozinha o peso da agressão. “Meu corpo tem me mostrado que preciso parar. Faço um esforço mental para dizer que estou bem, tenho dificuldade em me mostrar vulnerável, em aceitar minhas fraquezas, mas não vai dar. Eu não estou bem e não sei como serão os próximos dias. Se conseguirei trabalhar ou se vou paralisar diante de qualquer reação hostil. Vou pedir ajuda psicológica”, afirma, determinada a minimizar as sequelas da violência.
Agressão tem consequências econômicas e intelectuais, principalmente para as mais jovens
A pesquisadora da UFMG Nádia de Machado Vasconcelos observou ainda que a faixa etária é um dos fatores que contribuem para a vulnerabilidade: mulheres de 18 a 24 anos foram as que sofreram mais violência. Para essas mulheres a violência pode culminar também em consequências econômicas e intelectuais. “Quando a gente fala de pessoas mais jovens, a violência gera ausência na escola e, portanto, baixo desempenho acadêmico. Ou seja, a violência afeta as mulheres, individualmente, e a sociedade. A maior parte dessas agressões ocorrem na residência das mulheres e os seus principais agressores são os parceiros íntimos, ou seja, os companheiros, maridos, namorados e até mesmo ex-namorados e ex-maridos das mulheres. Isso faz a gente perceber que a violência contra as mulheres tem berço doméstico”, apontou.
História marcada por agressão e problemas emocionais
A educadora social Cecília Gomes de Sousa, de 47 anos, tem uma trajetória marcada pela violência e segue carregando traumas. Moradora do bairro Goiânia, na região Nordeste de Belo Horizonte, ela passou por um episódio de agressão no ano de 2000 e, na época, segundo Cecília, não havia apoio e não se ouvia muito falar de violência doméstica. “Foi um período de muito sofrimento na minha vida, e eu carrego sequelas até hoje. É engraçado que todos que me procuram nunca me perguntaram sobre os traumas. Muitos falam que eu fiquei com depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, essas coisas assim. Mas as sequelas de uma relação abusiva, igual no meu caso, vão além de sintomas psíquicos”, relatou Cecília.
A educadora social, que atualmente trabalha com jovens em situação de vulnerabilidade, revelou que sofreu um aborto, que teve crises de ansiedade e que desenvolveu síndrome do pânico. “As vezes me pergunto por que me permiti passar por isso. É como se eu carregasse uma culpa, sabe? Ainda tenho flashes na minha cabeça. Eu sofri um aborto. E é uma dor que vai muito além dos sofrimentos psicológicos. Uma marca negativa que, infelizmente, permanece”, disse.
Cecília pede que as autoridades invistam em tratamento para acolher as vítimas de violência doméstica, o que pode ser um fator importante no processo de superação do trauma sofrido. “Depois que passei pela agressão, passei sete meses em um abrigo, no qual tenho gratidão até hoje. Achei um lugar que me acolheu, onde eu pude ficar, respirar, e retomar minha vida com os meus filhos. Também tive acompanhamento psicológico e terapêutico durante e após o abrigamento, o que me ajudou a me levantar e continuar a vida. Tempos depois, voltei para a instituição como funcionária e atuei lá por 20 anos”, enfatizou.
Violência contra a mulher no Brasil
A pesquisa "Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil", do Fórum de Segurança Pública e do Instituto Datafolha, divulgada no dia 7 de março, revelou que uma a cada cinco mulheres no Brasil foi violentada em 2024 — número expressivo que engloba mais de 21 milhões de brasileiras. O estudo aponta que, em dez anos, o feminicídio fez, ao menos, 11.458 vítimas no país.
Sofreu agressão? Veja como pedir ajuda em Minas:
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), implantou, recentemente, o ‘Plantão Lilás', iniciativa que garante o atendimento humanizado e ininterrupto às mulheres que sofrerem violência doméstica e familiar, em momentos em que as Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam) não estiverem funcionando.
O Plantão Lilás está inserido nas delegacias de plantão do interior de Minas, onde as mulheres poderão ser atendidas por videoconferência por profissionais da Central Estadual do Plantão Digital, que fica em BH. Atualmente, o Estado conta com 70 unidades da Deam em funcionamento.
Além disso, as vítimas podem procurar ajuda das seguintes formas:
- Ligue 180 – Para orientação às mulheres em situação de violência e denúncia
- Ligue 190 – Se ouvir gritos ou sons de briga e para emergências
- Ligue 192 – Para emergência médica
- Disque 100 – Para casos de agressões a crianças e idosos
- Defensoria Pública Especializada na Defesa dos Direitos da Mulher em Situação de Violência (Nudem-BH). Contato pelo e-mail nudem@defensoria.mg.def.br ou pelos telefones: (31) 98475-2616 / 98464-3597/ 98239-8863 / 98306-1247
- Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher: 3330-5752
- Centro Especializado de Atendimento à Mulher Benvinda: (31) 98873-2036/ ceambenvinda@pbh.gov.br
- Centro Risoleta Neves de Atendimento (Cerna): (31) 3270-3235 / 3270-3296
- Casa de Referência da Mulher Tina Martins: (31) 3658-9221 ou pelo e-mail casatinamartins@gmail.com
- Promotoria de Justiça Especializada no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (31) 3337-6996/ mariadapenha@mpmg.mp.br
Fonte: Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania de BH
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Para além das dores físicas, como aquelas sentidas por Maria Sueli, e a perda da vida que deixou um sofrimento irreversível para os amigos e familiares de Miqueias e Clara Maria, a pesquisadora da UFMG e médica Nádia de Machado Vasconcelos analisou outros traumas deixados pela violência nas vítimas. Conforme a tese de doutorado, mulheres que convivem cronicamente com a violência têm maior risco de desenvolver problemas de saúde como cefaleia, dores abdominais e lombares, distúrbios do sono, fibromialgia e síndrome do intestino irritável, e ainda ansiedade, depressão e inclinação para o uso abusivo de drogas. E a estatística da violência doméstica em Minas Gerais só cresce: o número de casos passou de 141.582 em 2022 para 153.599 em 2024. Com relação ao feminicídio, entre janeiro de 2022 e o primeiro mês deste ano, 535 mulheres foram vítimas do crime e outras 627 quase perderam a vida.
“Notou-se que as mulheres que sofrem com as violências psicológica, física e sexual, podem desenvolver depressão, ansiedade, fazer consumo de drogas, bebidas e desenvolver pensamentos autodestrutivos. Além disso, por meio dos abusos sexuais, elas podem contrair algum tipo de doença sexualmente transmissível, HIV e até mesmo possuem maior risco de aborto. O que isso quer dizer? Que mulheres que sofrem violências físicas ou sexuais elas têm um menor controle sobre o tipo de sexo que elas praticam, então elas estão mais expostas ao sexo inseguro”, explica a médica.
Seis dias após ser brutalmente golpeada no rosto por um sargento da Polícia Militar, padrasto do jovem a quem entregaria um mandado, a fratura no nariz da oficial de Justiça Maria Sueli Sobrinho é o menor de seus problemas. Ela foi surpreendida por um estranho e passou a lidar com uma versão de si mesma até então desconhecida: a de vítima de violência de gênero. “Fico rememorando os fatos. Para que fui até o meu carro? Eu deveria ter saído do local quando o policial se exaltou, mas não imaginei que uma violência tão horrível pudesse acontecer comigo. O sentimento é de vergonha, de culpa. Antes, quando ouvia as mulheres falarem dessa culpa, eu não entendia. Agora, eu sei”, desabafa, com a voz embargada.
Maria Sueli já percebe os primeiros sinais do trauma: diariamente, sente dor de cabeça, febre e chega a vomitar. Apesar do desejo de retomar uma possível normalidade, ela agendou atendimento psicológico para não carregar sozinha o peso da agressão. “Meu corpo tem me mostrado que preciso parar. Faço um esforço mental para dizer que estou bem, tenho dificuldade em me mostrar vulnerável, em aceitar minhas fraquezas, mas não vai dar. Eu não estou bem e não sei como serão os próximos dias. Se conseguirei trabalhar ou se vou paralisar diante de qualquer reação hostil. Vou pedir ajuda psicológica”, afirma, determinada a minimizar as sequelas da violência.
Agressão tem consequências econômicas e intelectuais, principalmente para as mais jovens
A pesquisadora da UFMG Nádia de Machado Vasconcelos observou ainda que a faixa etária é um dos fatores que contribuem para a vulnerabilidade: mulheres de 18 a 24 anos foram as que sofreram mais violência. Para essas mulheres a violência pode culminar também em consequências econômicas e intelectuais. “Quando a gente fala de pessoas mais jovens, a violência gera ausência na escola e, portanto, baixo desempenho acadêmico. Ou seja, a violência afeta as mulheres, individualmente, e a sociedade. A maior parte dessas agressões ocorrem na residência das mulheres e os seus principais agressores são os parceiros íntimos, ou seja, os companheiros, maridos, namorados e até mesmo ex-namorados e ex-maridos das mulheres. Isso faz a gente perceber que a violência contra as mulheres tem berço doméstico”, apontou.
História marcada por agressão e problemas emocionais
A educadora social Cecília Gomes de Sousa, de 47 anos, tem uma trajetória marcada pela violência e segue carregando traumas. Moradora do bairro Goiânia, na região Nordeste de Belo Horizonte, ela passou por um episódio de agressão no ano de 2000 e, na época, segundo Cecília, não havia apoio e não se ouvia muito falar de violência doméstica. “Foi um período de muito sofrimento na minha vida, e eu carrego sequelas até hoje. É engraçado que todos que me procuram nunca me perguntaram sobre os traumas. Muitos falam que eu fiquei com depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, essas coisas assim. Mas as sequelas de uma relação abusiva, igual no meu caso, vão além de sintomas psíquicos”, relatou Cecília.
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