Os casos prováveis de dengue, que são os confirmados somados aos sob suspeita, saltaram de 1.571 para 4.112 em Minas em apenas uma semana, um aumento de 161%. Os dados são do boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), atualizado nesta segunda-feira (21), e que mostra ainda que os números mais que dobraram se comparado ao ano passado, levando-se em conta que mês ainda não terminou. Os casos em janeiro de 2018 eram 2.042.
Segundo a SES, o Estado está em situação de alerta para esse aumento expressivo, já esperado para esta época do ano, marcada por dias quentes e chuvosos, típicos do nosso verão e propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Em 2019, até agora, duas mortes são investigadas. Na semana passada eram 3, mas segundo a assessoria de imprensa da SES, um caso foi descartado para dengue.
As cidades mineriras com maior incidência da doença são Unaí, no Noroeste do Estado, com 655 casos prováveis; Arcos, no Centro-Oeste, com 579; Passos, no Sul de Minas, com 261; e Várzea da Palma, na região Norte, com 197 casos.
Em relação ao município de Arcos, a SES disse que que está adotando medidas para auxiliar no controle do mosquito e desde o dia 31 de dezembro, são realizadas aplicações de inseticida em Ultra Baixo Volume (UBV), conforme as diretrizes de prevenção e controle da dengue.
Em relação à Febre Chikungunya, Minas Gerais registrou 63 casos prováveis da doença e tem duas mortes em investigação. Já em relação à Zika, foram registrados 23 casos prováveis da doença em 2019.
Ainda de acordo com a SES as ações de controle da Dengue, Zika e Chikungunya ocorrem durante todo o ano, entre elas estão a realização de reunião com as regionais de saúde para a revisão das atividades de controle dessas doenças, o monitoramento dos indicadores municipais e a elaboração dos Planos de Contingência Estadual e Municipais para prevenção e controle das doenças transmitidas pelo Aedes.
2018
Em 2018, oito pessoas morreram vítimas da doença em Araújos, Arcos, Conceição do Pará, Lagoa da Prata e Moema, no Centro-Oeste do Estado; em Contagem, na Grande BH; e em Ituiutaba e Uberaba, no Triângulo Mineiro. Outros 18 casos seguem sendo investigados.
Epidemias
Minas Gerais teve três grandes epidemias em 2010, 2013 e 2016. No último surto foram mais de 528 mil registros com 255 mortes. As outras epidemias foram em 2010 (348 mil doentes) e 2013 (194 mil).
Cuidados
Segundo a SES, a participação da população é fundamental nas ações de controle do Aedes aegypti e a melhor maneira de se prevenir é eliminar os focos que acumulam água, considerados possíveis criadouros do mosquito. Por isso é importante manter caixas d’água vedadas, guardar pneus e garrafas em locais cobertos, manter ralos limpos e vedados e descartar adequadamente o lixo.
Entre as medidas de prevenção e controle do mosquito também está o cuidado com as calhas, evitando que folhas e sujeiras se acumulem. Os pratinhos de plantas precisam ser eliminados, além do cuidado especial com bebedouros de animais, que devem ser limpos diariamente. Também é recomendável limpar piscinas e fontes de água, bandejas de geladeira e ar condicionado.
O ciclo de reprodução do Aedes pode variar de 5 a 10 dias, passando pela fase larvária até chegar à forma adulta. É a fêmea do mosquito que deposita seus ovos na parede interna dos reservatórios e estes podem permanecer viáveis por aproximadamente um ano. Assim que o ovo entra em contato com a água, ele eclode e inicia o ciclo e, por isso, fazer vistorias detalhadas dentro de casa e nos quintais é fundamental para eliminar possíveis focos.