O sistema que baeia as internações em parte dos hospitais públicos de Belo Horizonte rendeu prêmio à prefeitura da capital. O poder Executivo municipal venceu, nesta semana, uma das categorias do 6º Prêmio de Gestão para Resultados, organizado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O triunfo sobre outras cidades da América Latina veio por meio da metodologia DRG — que, na tradução para a sigla em inglês, significa Grupos de Diagnósticos Relacionados.


O DRG é uma plataforma em que são inseridas informações tiradas dos prontuários dos pacientes, como diagnóstico que levou à internação, comorbidades e procedimentos cirúrgicos realizados. O sistema, então, faz uma espécie de combinação dessas variáveis e estipula o tempo desejável de internação. O prêmio do BID é apoiado pela Fundação João Pinheiro (FJP), órgão de políticas públicas ligado ao governo mineiro.


A ideia da plataforma é que a permanência nos hospitais seja restrita ao tempo estritamente necessário. O método, implantado em 2017, é utilizado em sete casas de saúde belo-horizontinas: Santa Casa, Odilon Behrens, São Francisco, Risoleta, São José, Maternidade Sofia Feldman e Hospital Metropolitano do Barreiro.  “(A plataforma) aumenta o giro de leitos, proporciona reduzir as readmissões hospitalares e permite reduzir o tempo evitável de internação. Muitas vezes, o paciente fica mais tempo do que precisa. A metodologia dá dados para ver se tem alguém ficando mais tempo do que precisa”, diz Jomara Alves, presidente do Grupo de Inovação em Saúde da Prefeitura de BH.


A Saúde municipal aposta no DRG para aumentar a capacidade dos hospitais. “Fazendo um giro maior do leito, conseguimos internar mais pacientes. Isso é muito importante em um cenário em que temos falta de recursos para todos os lados”, sustenta Jomara. Além de benefícios econômicos, a rotatividade dos leitos é aposta para diminuir complicações sofridas por pacientes que ficam internados por muito tempo, como as infecções hospitalares. “Há benefícios financeiros e, principalmente, assistenciais”, argumenta a pesquisadora.


Os pacientes de COVID-19 ainda não têm suas informações processadas pelo DRG. A doença circula há pouco mais de um ano e, por isso, ainda não houve tempo suficiente para analisar aprofundadamente os traços da infecção e identificar padrões de comportamento necessários para a inserção no sistema de internações. Na categoria disputada por BH, a segunda colocação ficou com um projeto de La Paz, capital da Bolívia. O terceiro posto foi de Santiago, no Chile.