PATRIMÔNIO MINEIRO

A emblemática Capela de Santo Antônio do Pompéu, marco histórico de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, passará por um processo de restauração. As obras, marcadas para começar nesta quarta-feira (10), visam a revitalizar o telhado e os elementos artísticos da igreja, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), devido à sua importância cultural. A previsão de conclusão não foi informada.

A iniciativa conjunta da Arquidiocese de Belo Horizonte, comunidade local e Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) resultará em um investimento total de aproximadamente R$ 850 mil. Além das obras em si, o valor será utilizado para contratar especialistas do Memorial da Arquidiocese, incluindo museólogos, arquitetos e historiadores, que estarão à frente dos trabalhos de restauração.

A capela é um dos projetos contemplados pelo programa Minas Para Sempre, do MPMG, lançado em julho do ano passado. A iniciativa tem como objetivo promover a recuperação, restauração e conservação de bens considerados integrantes do patrimônio cultural mineiro, a fim de aprimorar ou restabelecer sua utilização pela sociedade e preservação para as atuais e futuras gerações.

O pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, padre Eribaldo Pereira Santos, enfatiza a relevância do projeto. “Como nos diz nosso arcebispo Dom Walmor, o patrimônio histórico de nosso estado é uma herança que produz uma experiência singular e que gera em nós um senso de pertencimento, com desdobramentos na cidadania mineira”, afirma.

Com origem que remonta a 1731, a Capela de Santo Antônio do Pompéu não possui registros precisos sobre o período de sua edificação. Contudo, seu altar, caracterizado por elementos da primeira fase do barroco mineiro, e os notáveis painéis retratando milagres vinculados à intercessão de Santo Antônio, destacam-na como um patrimônio mineiro a ser preservado e revitalizado.

O programa Minas Para Sempre

Com um aporte financeiro de R$ 17 milhões, o programa Minas Para Sempre divulgou a primeira fase de restauração em julho de 2023, contemplando 10 edificações tombadas como patrimônio. Entre essas, destaca-se o painel cerâmico no Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), localizado na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e o território da comunidade Kilombo Manzo Ngunzo Kaiango, situado próximo à Serra do Curral, com extensão até o município vizinho de Santa Luzia.

Na capital mineira, uma das obras a receber cuidado especial é o painel do renomado artista plástico Mário Silésio, datado de 1959. A obra, constituída por azulejos nas cores azul, amarelo, vermelho e branco, encontra-se protegida por uma estrutura metálica, envolta em plástico bolha e espuma, evitando desprendimentos de pastilhas.

Marcelo Maffra, promotor responsável pela Coordenadoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), destaca a diversidade dos bens culturais a serem contemplados. Ele ressalta que o programa abrange desde comunidades quilombolas até igrejas barrocas e prédios públicos, abraçando a riqueza cultural de diversas regiões do estado.

Na primeira etapa de restauração, além da Capela de Santo Antônio do Pompéu,o programa destinou recursos para a capela de Bom Jesus da Lapa, em Chapada do Norte, no Vale do Jequitinhonha, da Matriz Nossa Senhora dos Prazeres, em Milho Verde, distrito do Serro, e a requalificação da Escola Municipal Daniel de Carvalho, em Conceição do Mato Dentro, Região Central de Minas.

Também passarão por restaurações a Igreja Matriz de Santo Amaro, em Santa Bárbara, na Região Central; o Museu Mariano Procópio e Parque, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira; Antigo Prédio da Prefeitura Municipal de Grão Mogol, no Norte de Minas; Casinha Velha, em Belo Vale, Região Central de Minas. Por fim, os investimentos incluem aproximadamente R$ 550 mil para renovar a frota de veículos do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).

*em.com.br