GRANDE BH
Operação da PM aconteceu a partir de uma denúncia anônima sobre grande quantidade de drogas em duas casas em Mateus Leme
Uma quadrilha do tráfico de drogas comandada por mulheres foi desmantelada pela Polícia Militar (PM) na noite dessa sexta-feira (17), em Mateus Leme, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Entre os presos estão uma mãe e duas filhas, uma delas de 15 anos foi apreendida. Outro integrante do bando admitiu ser integrante da organização criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
A grande estrela da operação que apreendeu uma grande quantidade drogas e de armas foi a cadela Jade, das Rondas Ostensivas com Cães (Rocca).
Jade, que tem um bom faro, é famosa por ter ajudado a PM a colocar vários traficantes de drogas atrás das grades. Em setembro de 2016, quando a PM prendeu um traficante conhecido por Paizão do Tráfico atrás das grades, com outros três criminosos da quadrilha dele, a cadela localizou 100 kg de maconha.
Assim que os policiais chegaram na Vila Suzana, em Mateus Leme, onde segundo a denúncia havia uma grande quantidade de drogas e de armas, a cadela Jade imediatamente alterou o comportamento dela, ainda no meio da rua, indicando a presença de drogas no imóvel em frente.
A operação da PM aconteceu a partir de uma denúncia anônima de que haveria uma grande quantidade de drogas em duas residências daquela rua. A traficante seria uma mulher identificada por Dianinha, que já seria conhecida da polícia por envolvimento no crime, e também as duas filhas dela. Ainda de acordo com a denúncia, outra grande quantidade de drogas estava em outro imóvel da rua Santos Dumond, perto dali, já pronta para ser distribuída.
No primeiro endereço, a cadela foi direto onde estava a droga, indicando o caminho para os PMs. Em um dos cômodos da primeira casa, os militares encontraram cinco barras de maconha. Em seguida, três mulheres chegaram e quando perceberam a presença da PM, começaram a gritar, negando a posse da droga.
As três mulheres foram presas: Valdinéia Conrado de Oliveira, de 46 anos, e as filhas dela, Ludimila Sterfany Conrado de Oliveira dias, de 19, e a outra filha de apenas 15 anos, que também estaria envolvida com o tráfico. Dianinha, na verdade, é o apelido de Valdinéia.
Os PMs foram ao segundo endereço indicado pela denúncia, na rua Santos Dumond, onde a cadela Jade também detectou a presença de drogas, assim que chegou.
Dentro da casa, havia um homem que se identificou como César, sentado em um sofá, e um outro homem, Ítalo Aiala Silva Diniz, de 23, que estava deitado em um colchão no meio da sala, com uma pistola calibre 380 ao lado dele, carregada com sete cartuchos intactos.
PASSAGEM SECRETA
A cadela Jade continuou bastante agitada e descobriu uma passagem que ligava a casa ao imóvel vizinho. Nessa casa, os PMs encontraram, com a ajuda da cachorra, mais 253 barras de maconha, três balanças de precisão, 406 balas de fuzil e outra grande quantidade de munições calibres 38 e 380, duas pistolas e três carregadores, sendo dois deles de fuzil calibre 556, um com capacidade para 30 munições e outro para 45 munições. Durante as buscas, os PMs encontram outra pistola Taurus carregada com sete cartuchos e R$ 2.576.
A quadrilha tinha uma maquininha de cartão de crédito e de débito para comercializar drogas. Também foram apreendidos dois cadernos com anotações do tráfico.
PCC
A denúncia informava que, no segundo imóvel, a droga era comercializada por um traficante conhecido por César, responsável pela distribuição em Mateus Leme e em várias cidades da região metropolitana.
César, segundo a denúncia, seria integrante do PCC. Ele não negou. Disse que é realmente faz parte da organização criminosa paulista e que sempre anda armado e escoltado por outros traficantes armados. O homem disse para a polícia que ele tem o poder.
O traficante apresentou uma Carteira de Habilitação que seria dele, em nome de césar, mas os PMs descobriram o verdadeiro nome dele: Marcelo de Oliveira, de 27, e havia três mandados de prisão contra ele.
Os PMs também apuraram que uma das pistolas apreendidas está registrada em nome de um agente penitenciário de São Paulo e outra em nome de um policial civil aposentado de Minas. As duas armas estavam com queixa de furto.
Os policiais também apreenderam um veículo Palio de cor prata e uma moto Yamaha, de cor vermelha, que estariam sendo usados no transporte de drogas. Todos os presos foram levados para a delegacia de plantão de Betim, também na região metropolitana, onde a ocorrência foi encerrada.