O cacique de uma tribo residente em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, pede ajuda médica para seu grupo após o rompimento da barragem da Vale, na cidade, ocorrido na última sexta-feira (25). De acordo com Hãyó, o ambiente do rejeito está adoecendo os índios, que também estão sem alimento.
"Nós pedimos que vocês venham nos abraçar nessa causa. (O rompimento) pegou a gente de surpresa", afirmou o chefe do grupo, composto por 27 famílias, com número entre 80 e 100 integrantes.
Segundo ele, os peixes estão mortos e o odor dos rejeitos está abaixando a imunidade dos índios, que estão adoecendo e não têm ajuda médica.
"Além da água, nós estamos precisando de alimento, assistência médica, de remédios, porque o cheiro dessa água está deixando nossa população com baixa imunidade. Precisamos disso urgentemente", disse.
Ajuda parece não chegar
O pedido de auxílio foi registrado em vídeo (assista) pelo pastor Flamarion Rolando nessa segunda-feira (29). Para o religioso, que reuniu e entregou doações de água, vindas de fiéis da Igreja Quadrangular de Governador Valadares, na região Leste do Estado, pelo menos até essa segunda, os auxílios pareciam não chegar à tribo.
"Noticia-se que a população não necessita de mais água e alimento, mas a impressão é que não está chegando até eles. Nós temos aqui mais um caminhão disponível de água para enviar", afirmou Rolando.
Flamarion afirmou que tomou conhecimento da situação da tribo pataxó após ter sido acionado pela Fundação Nacional de Índio (Funai). O contato com a instituição iniciou em 2015, após a tragédia de Mariana, que atingiu Valadares fortemente. Na época, segundo o pastor, a Quadrangular montou uma campanha nacional que arrecadou dois milhões de litros de água.
A reportagem entrou em contato com a Vale e aguarda posicionamento sobre o atendimento aos índios pataxós na região.