O deputado mineiro não quis dizer o nome de quem acusa, mas chegou a chamar o parlamentar da ALMG de assaltante e traficante
O deputado estadual Cabo Júlio (MDB) partiu para o ataque contra um colega deputado estadual, também militar, acusando-o de ladrão, traficante e assaltante de bancos, mas não quis dizer de quem se trata. Em um vídeo (veja abaixo) gravado por ele que está circulando no whatsapp desde esta terça-feira (6), o emedebista diz que o colega anda com arma e segurança na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e faz politicagem "em cima dos problemas da tropa”.
O motivo para a manifestação de Cabo Júlio nas redes, segundo ele próprio diz no vídeo, é a recente mobilização da categoria por causa de uma dívida do estado com o Instituto de Previdência dos Militares. Na segunda-feira (5), houve uma manifestação cobrando os recursos em frente ao Palácio da Liberdade. “Fizeram manifestação com 30 porque a tropa cansou de politicagem. O governo tinha muito medo da gente que era manifestação (por causa das manifestações) mas, todo dia, toda hora, não vai ninguém. Por causa disso começaram a me atacar, dizendo que ‘ah, ele não defende, que ele é isso, ele aquilo”, diz Cabo Júlio no vídeo.
O parlamentar ameaça o concorrente nas urnas e diz que, na campanha, as denúncias serão mostradas. “Pior de tudo, (o colega) é bundão, é bunda mole, é deputado que anda na Assembleia com uma arma aqui na perna e um segurança do lado. Se for ao banheiro fazer xixi vai com segurança do lado, se for dentro do plenário, de tão bundão que é”, disse.
Procurado pela reportagem, Cabo Júlio disse que não iria se manifestar sobre o vídeo.
Sargento Rodrigues disse desconhecer quem seria o alvo dos ataques e lembrou que o desafeto Cabo Júlio já foi condenado por danos morais por criticá-lo. “em 2010 ele começou umas postagens me atacando, chamando de ladrão e bandido e processei ele. O Cabo Júlio foi condenado em primeira instância a segunda aumentou o valor, acabou me pagando R$ 45 mil”, disse. O parlamentar acrescentou que não pensa duas vezes em processar alguém por calúnia e difamação. Rodrigues e Júlio foram companheiros e lideraram a famosa greve dos policiais em Minas em 1997, que acabou alçando os dois à condição de deputados, mas depois romperam.
O deputado Coronel Piccinini disse ter certeza de que o vídeo não se refere a ele e afirmou ter um bom relacionamento tanto com Cabo Júlio como com Sargento Rodrigues. “Tenho um trânsito muito respeitoso com os dois, são muito leais comigo, sempre. Acredito que nós três devemos estar sempre unidos em prol da classe”, afirmou.
A Assembleia de Minas informou, por meio de sua assessoria, não ter conhecimento do fato de um deputado supostamente andar armado na Casa e nem do vídeo, Ressaltou ainda que o regimento interno da ALMG prevê, no artigo 90, que é proibido o porte de arma em recinto da assembléia legislativa.