Com apenas metade das crianças de 1 a 4 anos protegidas contra a paralisia infantil, Belo Horizonte promete mais uma força-tarefa para barrar o risco de retorno da poliomielite. A campanha de vacinação será levada até as escolas particulares. Atualmente, ações de imunização têm sido realizadas em praças, parques e até shoppings aos fins de semana.

Na capital, 104 mil meninos e meninas dessa faixa etária precisam ser vacinados contra a doença contagiosa, que pode ocasionar enfraquecimento de braços e pernas. Em casos mais graves, as sequelas são irreversíveis. Porém, apenas 53% do público recebeu a dose, conforme o último balanço da prefeitura.

Detalhes sobre como será a nova etapa da vacinação ainda serão informados, como a data de início. Nas escolas públicas, a ação já foi iniciada. Nessas instituições, os pais têm que autorizar a imunização dos filhos. Uma carta é enviada à família. A adesão, inclusive, é fundamental para que a medida tenha um resultado positivo. 

Os atuais índices de cobertura vacinal são considerados “preocupantes”, segundo o diretor de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da PBH, Paulo Lopes Corrêa. “Temos que conseguir alcançar a meta, pois só assim conseguiremos impedir que essa doença volte a circular no nosso meio”. O recomendado pelo Ministério da Saúde é 95%.

Apesar da doença já ter sido erradicada no Brasil, há casos confirmados de poliomielite no mundo. “Qualquer cidade hoje está suscetível à volta da paralisia infantil. Há 3 ou 4 anos atrás, as coberturas de campanhas de vacinação sofreram uma queda, entre elas a contra a paralisia. E hoje é muito fácil uma pessoa transitar de um país para outro, podendo levar a doença”.

Recentemente, especialistas ouvidos pelo Hoje em Dia avaliaram como “estratégica” a ação de levar a vacinação até as escolas.

Dentre os motivos para a baixa adesão – mesmo com os consecutivos alertas de médicos e autoridades – estão a falsa sensação de segurança da população, que não convive mais com a pólio, a desinformação provocada pela onda de fake news e a falta de campanhas educativas, que também contribuem para o cenário.