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A segunda-feira (8) amanhecerá mais silenciosa às ruas da capital mineira em função do decreto da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) que, à última sexta-feira (5), decidiu pelo retorno da cidade à "estaca zero" com a suspensão de atividades não essenciais por prazo indeterminado em função da rápida propagação do coronavírus entre moradores.
O cenário com menor número de pessoas às ruas, lojas fechadas e restaurantes e lanchonetes mantendo-se com entregas e retirada de produtos repete o vivido em março último, quando foram baixadas as primeiras determinações para o isolamento social definidas pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD). Agora, com a rápida elevação de indicadores referentes à situação epidemiológica de Belo Horizonte para o nível geral de alerta vermelho, o comércio torna a fechar as portas – entretanto, em oposição a situações passadas, o posicionamento do município foi aprovado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), representante do setor.
A interrupção do comércio não essencial como medida de controle à propagação da Covid-19 será cumprida, como garantiu Marcelo de Souza e Silva, presidente da entidade. Contudo, em posicionamento, ele criticou o anúncio inesperado da PBH – o fechamento foi determinado na tarde de sexta-feira (5) e começou a valer a partir das 14h de sábado (6). “Lamentamos somente que esse anúncio tenha sido feito menos de 24 horas antes do fechamento. Isso prejudica ainda mais a situação do comércio”, relatou. Alinhado a ele está Vinícius Veloso, proprietário dos restaurantes O Italiano, no bairro Olhos D’Água, na região Oeste de Belo Horizonte, e Cozinha de Fogo Wäls, no Belvedere, que fica na regional Centro-Sul.
Por meio de nota emitida neste domingo (7), ele criticou o fato da Prefeitura de Belo Horizonte ter decidido pelo fechamento dois dias após garantir que a cidade permaneceria aberta em um primeiro momento. “Após o pronunciamento no dia 3 de março, refizemos os estoques dos nossos restaurantes, preparamos com carinho uma surpresa para as mulheres pelo seu dia, decoramos as casas para Páscoa e para a comemoração do St. Patricks Day, e agora vemos nosso investimento ir embora, já não bastasse o tempo e prejuízo acumulados ao longo desse extenso período de abre/fecha da cidade”. Unidades gastronômicas funcionaram por meio de serviço de entregas neste domingo.
Decreto publicado no sábado (6), no Diário Oficial do Município (DOM), esclarece que lojas, bares e restaurantes, boates, casas de festas, shoppings, galerias, cinemas, academias, parques e clínicas de estética não podem abrir as portas a partir desta segunda-feira (8) – medida também se aplica a clubes, como proíbe a ocorrência de feiras e eventos em propriedades e em espaços públicos. Estabelecimentos que optarem por manter o funcionamento normal estarão “sujeitos à fiscalização” – o que implica em possibilidade de interdição e aplicação de multa no valor de R$ 17 mil.
Infectologistas alertam
Reuniões em espaços particulares são uma preocupação para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), principalmente pela facilidade de transmissão das novas variantes do coronavírus que estão circulando na cidade. A recomendação municipal segue o que está descrito no protocolo da onda roxa do programa Minas Consciente do Estado de Minas Gerais. De acordo com o infectologista Estevão Urbano, integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da capital mineira, pessoas que não moram na mesma casa não devem se reunir.
“Esse é o perigo máximo. Quando está infectado, mesmo que sem sintomas, e em uma reunião que dura mais de uma hora, todos sem máscara e próximos uns aos outros. Se tiver bebida alcoólica, qualquer regramento inicial vai embora imediatamente e esse é o coquetel ideal para o vírus se transmitir. Depois, as pessoas se contaminam, adoecem, transmitem umas para outras e aí fica uma cascata, um dominó”.
Cenário
À noite de domingo (7), a PBH reforçou que a decisão de determinar o fechamento do comércio e a suspensão de atividades consideradas não essenciais a partir desse sábado (6) foi orientada pela gravidade das pesquisas científicas que apontaram a presença de três novas variantes do coronavírus entre dois terços dos recém-infectados em Belo Horizonte – isto representa, de acordo com o município, o risco de contaminação mais rápida e sintomas mais graves.
O decreto também foi motivado, segundo nota, pelo crescimento na taxa de ocupação dos leitos de UTI na capital mineira e a constatação de oito crianças com idades entre dois meses e seis anos infectadas com a Covid-19. “O objetivo é diminuir o fluxo de pessoas nas ruas, em especial em momentos de lazer e sem uso de máscara. Na falta de uma ampla vacinação, medidas de isolamento social, com redução da circulação e contato de pessoas, tem se mostrado mais eficazes para conter a pandemia e preservar vidas. Não há nesse processo qualquer caráter punitivo ou de culpabilidade aos estabelecimentos”, reforçou.
Em relação à crítica sobre o anúncio inesperado para comerciantes, a PBH disse que as respostas do poder público têm que ser ajustáveis à realidade, que muda diariamente com as atualizações dos indicadores epidemiológicos. “O mundo vem lidando com algo novo e mutável e, por isso, de igual maneira, as respostas e ações do poder público devem ser ajustáveis e flexíveis, sempre orientadas pela ciência”.
Último boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-BH), de sexta-feira (5), indicou 116.419 casos confirmados de coronavírus em Belo Horizonte, e 2.815 mortes pela Covid-19.
O que muda com o decreto?
Às 14 de sábado (6), estabelecimentos comerciais de Belo Horizonte começaram a fechar as portas, novamente por tempo indeterminado. Veja a seguir quais atividades não estão autorizadas a funcionar em BH com o decreto:
Artigos de bomboniere e semelhantes;
Artigos de iluminação;
Artigos de cama, mesa e banho;
Utensílios, móveis e equipamentos domésticos, exceto eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo;
Tecidos e armarinho;
Artigos de tapeçaria, cortinas e persianas;
Produtos de limpeza e conservação;
Artigos de papelaria, livraria e fotográficos;
Brinquedos e artigos recreativos;
Bicicletas e triciclos, peças e acessórios;
Cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal;
Veículos automotores;
Peças e acessórios para veículos automotores;
Pneumáticos e câmaras-de-ar;
Comércio atacadista da cadeia de comércio varejista da fase 1;
Cabeleireiros, manicure e pedicure;
Centros de comércio popular instituídos a qualquer tempo por Operações Urbanas visando a inclusão produtiva de camelôs, desde que localizados no Hipercentro ou em Venda Nova.
Metrô
Em nota na tarde de sábado, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) declarou que ao longo da semana irá avaliar quais medidas podem ser adotadas em relação ao fechamento do comércio, e se haverá impactos na quantidade de trens circulando no transcorrer do dia.
(Com Bruno Menezes e Natália Oliveira)
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O cenário com menor número de pessoas às ruas, lojas fechadas e restaurantes e lanchonetes mantendo-se com entregas e retirada de produtos repete o vivido em março último, quando foram baixadas as primeiras determinações para o isolamento social definidas pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD). Agora, com a rápida elevação de indicadores referentes à situação epidemiológica de Belo Horizonte para o nível geral de alerta vermelho, o comércio torna a fechar as portas – entretanto, em oposição a situações passadas, o posicionamento do município foi aprovado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), representante do setor.
A interrupção do comércio não essencial como medida de controle à propagação da Covid-19 será cumprida, como garantiu Marcelo de Souza e Silva, presidente da entidade. Contudo, em posicionamento, ele criticou o anúncio inesperado da PBH – o fechamento foi determinado na tarde de sexta-feira (5) e começou a valer a partir das 14h de sábado (6). “Lamentamos somente que esse anúncio tenha sido feito menos de 24 horas antes do fechamento. Isso prejudica ainda mais a situação do comércio”, relatou. Alinhado a ele está Vinícius Veloso, proprietário dos restaurantes O Italiano, no bairro Olhos D’Água, na região Oeste de Belo Horizonte, e Cozinha de Fogo Wäls, no Belvedere, que fica na regional Centro-Sul.
Por meio de nota emitida neste domingo (7), ele criticou o fato da Prefeitura de Belo Horizonte ter decidido pelo fechamento dois dias após garantir que a cidade permaneceria aberta em um primeiro momento. “Após o pronunciamento no dia 3 de março, refizemos os estoques dos nossos restaurantes, preparamos com carinho uma surpresa para as mulheres pelo seu dia, decoramos as casas para Páscoa e para a comemoração do St. Patricks Day, e agora vemos nosso investimento ir embora, já não bastasse o tempo e prejuízo acumulados ao longo desse extenso período de abre/fecha da cidade”. Unidades gastronômicas funcionaram por meio de serviço de entregas neste domingo.
Decreto publicado no sábado (6), no Diário Oficial do Município (DOM), esclarece que lojas, bares e restaurantes, boates, casas de festas, shoppings, galerias, cinemas, academias, parques e clínicas de estética não podem abrir as portas a partir desta segunda-feira (8) – medida também se aplica a clubes, como proíbe a ocorrência de feiras e eventos em propriedades e em espaços públicos. Estabelecimentos que optarem por manter o funcionamento normal estarão “sujeitos à fiscalização” – o que implica em possibilidade de interdição e aplicação de multa no valor de R$ 17 mil.
Infectologistas alertam
Reuniões em espaços particulares são uma preocupação para a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), principalmente pela facilidade de transmissão das novas variantes do coronavírus que estão circulando na cidade. A recomendação municipal segue o que está descrito no protocolo da onda roxa do programa Minas Consciente do Estado de Minas Gerais. De acordo com o infectologista Estevão Urbano, integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da capital mineira, pessoas que não moram na mesma casa não devem se reunir.
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Cenário
À noite de domingo (7), a PBH reforçou que a decisão de determinar o fechamento do comércio e a suspensão de atividades consideradas não essenciais a partir desse sábado (6) foi orientada pela gravidade das pesquisas científicas que apontaram a presença de três novas variantes do coronavírus entre dois terços dos recém-infectados em Belo Horizonte – isto representa, de acordo com o município, o risco de contaminação mais rápida e sintomas mais graves.
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Último boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-BH), de sexta-feira (5), indicou 116.419 casos confirmados de coronavírus em Belo Horizonte, e 2.815 mortes pela Covid-19.
O que muda com o decreto?
Às 14 de sábado (6), estabelecimentos comerciais de Belo Horizonte começaram a fechar as portas, novamente por tempo indeterminado. Veja a seguir quais atividades não estão autorizadas a funcionar em BH com o decreto:
Artigos de bomboniere e semelhantes;
Artigos de iluminação;
Artigos de cama, mesa e banho;
Utensílios, móveis e equipamentos domésticos, exceto eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo;
Tecidos e armarinho;
Artigos de tapeçaria, cortinas e persianas;
Produtos de limpeza e conservação;
Artigos de papelaria, livraria e fotográficos;
Brinquedos e artigos recreativos;
Bicicletas e triciclos, peças e acessórios;
Cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal;
Veículos automotores;
Peças e acessórios para veículos automotores;
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Cabeleireiros, manicure e pedicure;
Centros de comércio popular instituídos a qualquer tempo por Operações Urbanas visando a inclusão produtiva de camelôs, desde que localizados no Hipercentro ou em Venda Nova.
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(Com Bruno Menezes e Natália Oliveira)