Em um áudio atribuído ao tenente-coronel da Polícia Militar (PM) José Sérgio Felício, que atualmente comanda o 33º Batalhão em Betim, é uma citada uma série de ofensas a subordinados. Nele, alguns militares são chamados de "lerdos, estranhos e retardados". 

No áudio, o homem alega que "ganha bem", mas que não é pago para resolver problemas dos seus comandados. "Não tragam problemas seus para mim porque eu não ganho para resolver problema de ninguém. Vou dar exemplo: 'Ô, seu comandante, eu preciso trabalhar de noite para olhar meus meninos de dia porque a minha mulher trabalha'. Problema é seu. Eu não mandei você arrumar menino”, afirma.

As ofensas a policiais prosseguem com o que ele chamou de LER (sigla para Lerdo, Estranho e Retardado"). Na mensagem, um suposto Carlos é indagado sobre o que significa o "R"; ao que o comandado responde, ele complementa. "O cara faz coisas que a gente não consegue imaginar o que passa na cabeça do sujeito. Não consigo entender".

A forma como ele é tratado também parece incomodar bastante o comandante. Ele aponta que não gosta de ser chamado de chefe nem de 'comando' e que é para ser chamado de "senhor comandante ou então senhor tenante-coronel. Tem que usar o senhor".

“Isso é normativo, está no regulamento. E é mimimi meu. Pode falar à vontade. É mimimi mesmo, e eu não abro mão. E quer me irritar, quer me tirar do sério, me chama de chefe", afirma.

A mensagem fez com que o deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deva convocar o tenente-coronel José Sérgio Felício para que preste esclarecimentos sobre um áudio, apesar de não ter a confirmação sobre a autoria da mensagem.

Além de José Felício, também podem ser convocados os comandante-geral, coronel Rodrigo Piassi, e do corregedor da Polícia Militar, coronel Murilo César Ferreira.