Belo Horizonte não vê uma gotinha de chuva há quase cinco meses consecutivos, equivalente a 151 dias. A última precipitação registrada aconteceu no dia 18 de abril, conforme dados da Defesa Civil. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), chuvas intensas e de longa duração, em toda a Belo Horizonte e região, estão previstas para o dia dois de outubro. BH ocupa o primeiro lugar na lista de capitais brasileiras com mais tempo sem precipitação. (veja abaixo)

Como publicado pelo O TEMPO, na próxima quarta-feira (18 de setembro), a previsão é de chuvas mais isoladas e rápidas na Grande BH, incluindo Barreiro, Sete Lagoas, Contagem, Betim e Pedro Leopoldo. “A gota de água tende a ser bem fininha, do tamanho da cabeça de um alfinete, por exemplo”, explicou o meteorologista do Inmet, Claudemir Azevedo. 

Segundo o instituto, a previsão é que as chuvas do próximo mês sejam mais encorpadas, com duração extensa e, cobrindo a capital mineira e região por completo, ao contrário das chuvas isoladas previstas para esta semana. A umidade relativa do ar pode chegar a 40% por estes dias. 

Umidade do ar e consequências
O Inmet tem emitido alertas de baixa umidade do ar e cita os problemas de saúde que podem surgir devido ao tempo seco, como ressecamento excessivo de pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. Nesta segunda-feira (16 de setembro), a Grande BH sofre de baixa umidade do ar entre 12% a 20%, segundo Azevedo. 

Segundo a previsão do meteorologista, a umidade pode saltar para 40% nos próximos dias, devido à mudança do tempo esperada. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 50% a 60% como ideal para evitar problemas à saúde humana. A médica pneumologista, Michelle Andreatta, afirma que durante essa época do ano é primordial redobrar a hidratação e usar máscaras N95 diante de algum quadro respiratório. 

Além de casos respiratórios mais graves, outros sintomas podem ocorrer diante da desidratação: 

• Ardência nos olhos, ‘confundido até com conjuntivite no caso dos idosos’;
• Prejuízo na saúde respiratória;
• Secreção espessa e densa;
• Tosse constante;
• ‘Dificuldade de puxar o ar’ gerando falta de ar; 
• Dor no peito;
• Coceira constante pelo corpo especialmente no nariz. 


“A população terá mais coceira no nariz, por causa da baixa umidade e também pela chegada da primavera (21 de setembro). Nessa estação do ano, o pólen das flores é proliferado em maiores quantidades causando maiores níveis de alergia”, explicou a médica. 

Cuidados especiais com as crianças e idosos
A médica pneumologista, Michelle Andreatta, afirma que os grupos mais suscetíveis à baixa umidade do ar são as crianças e os idosos, que têm o sistema imunológico comprometido. Segundo ela, uma criança desidratada pode apresentar sintomas de febre e vômito constante. Nesse caso, a única solução é a ‘hidratação venosa’. Os idosos podem sentir sonolência e confusão mental diante da falta intensa de hidratação no organismo.

“As crianças e idosos não têm a mesma percepção de sede que os adultos e por isso é tão importante incentivar a hidratação constante. Particularmente, os idosos quase não sentem sede e geralmente não gostam de beber água, pois preferem alimentos palatáveis (alimentos saborizados). A falta de hidratação nesses dois grupos é muito mais grave.”, disse Andreatta. 

O que fazer?
Andreatta ressalta a importância da hidratação inalatória, que melhora a qualidade do ar de ambientes fechados, como quartos. O uso de umidificadores é recomendado nessa época do ano, assim como técnicas caseiras. “Uma bacia larga com água perto da cabeceira ou até uma toalha molhada em cima do abajur (desde que o objeto não absorva a umidade), ajuda a manter a umidade do ambiente.”, concluiu a médica pneumologista Michelle Andreatta. 

Algumas dicas também podem ser colocadas em prática, conforme a Defesa Civil: 

• Hidrate-se durante o dia; 
• Prefira alimentos leves e frescos, como saladas, frutas, carnes grelhadas e evite frituras;
• Durma em local arejado e umedecido por aparelhos umidificadores, ou ainda coloque uma bacia com água; 
• Evite atividades físicas ao ar livre e exposição ao sol entre as 10 e 17 horas; 
• Evite banhos com água muito quente, para não potencializar o ressecamento da pele, se necessário use hidratante; ⠀
• Em caso de problemas respiratórios procure um especialista; 
• Não provoque queimadas em lotes vagos, matas ou florestas. Em caso de incêndio avise imediatamente, ao Corpo de Bombeiros (193), Defesa Civil (199) ou Polícia Militar (190).


BH lidera ranking de capitais brasileiras com mais dias sem chuva: 
1º -  Belo Horizonte (MG) – 151 dias

2º - Brasília (DF) – 146 dias

3º - Goiânia (GO) – 144 dias


4º - Cuiabá (MT) – 121 dias

5º - Palmas (TO) – 119 dias

6º - Teresina (PI) – 60 dias


7º - São Luís (MA) – 48 dias

8º - Fortaleza (SC) – 27 dias

9º - São Paulo (SP) – 19 dias

10º - Manaus – 9 dias