Marcio Lacerda não será mais candidato ao governo de Minas pelo PSB. Após o partido decidir nacionalmente neutralidade nas eleições para Presidente da República, em acordo fechado com o PT, o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, ofereceu a Lacerda uma vaga para concorrer ao Senado na chapa petista, abrindo mão da pré-candidatura ao Palácio da Liberdade.
Em reunião marcada às pressas, em Belo Horizonte, no fim da tarde desta quarta-feira (1º), Lacerda aceitou a decisão nacional de não ser mais candidato ao governo, mas recusou a proposta ao Senado, demonstrando em carta seu descontentamento com a decisão.
"A mim foi oferecida, como alternativa à candidatura ao governo do Estado, a candidatura ao Senado em uma composição com o Partido dos Trabalhadores, sugestão com a qual prontamente discordei. Recebi esta comunicação com indignação, perplexidade, revolta e desprezo", disse Lacerda.
Em outro trecho da carta, Lacerda demonstra o motivo para este descontentamento. Segundo ele, um amplo trabalho vem sendo feito em Minas há tempos em prol de sua candidatura, que ele acreditava ser bastante viável.
"Com esse meu jeito, com esta proposta, ao longo de quase 200 cidades visitadas, dialogando,ouvindo, conversando e falando a verdade com as pessoas, conquistamos o apoio e a confiança de significativa parcela dos mineiros. As pesquisas hoje demonstram que conseguimos criar uma real e concreta possibilidade à polarização que domina Minas Gerais há quase vinte anos", completa.
Diante a reviravolta do cenário político nacional com reflexos em Minas, o presidente do PSB em Minas Gerais, João Marcos Grossi Lobo Martins, divulgou nota afirmando que o partido cobra autonomia da cúpula nacional e não pretende cumprir a orientação em apoio ao PT. “Após entendimentos das Direções Nacionais do PSB e PT, houve determinação de apoio à candidatura ao governo do Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais. A Direção Estadual do PSB tem entendimento contrário a essa decisão”, diz a nota.