DIVULGOU NOTA

Vice-governador, preso na última sexta-feira, negou também ter 'sido indicado para os cargos de ministro e de vice-governador por força de quaisquer interesses escusos'

Em nota divulgada neste domingo por sua assessoria de imprensa, o vice-governador de Minas, Antônio Andrade (MDB), que foi preso na última sexta-feira (9) pela Operação Capitu, deflagrada em conjunto pela Receita Federal e Polícia Federal, negou que tenha agido para beneficiar o Grupo JBS quando foi ministro da Agricultura, entre 2013 e 2014, na gestão de Dilma Rousseff (PT).

O vice-governador alegou inocência e disse, no comunicado distribuído neste domingo, “não ter realizado, quando esteve à frente do Ministério da Agricultura, nenhum ato em benefício do Grupo JBS ou mesmo ter recebido qualquer vantagem indevida, e que renunciou ao seu sigilo bancário e fiscal disponibilizando à Justiça suas declarações de bens e de seus familiares”.

As investigações da Operação Capitu apontam que Antônio Andrade foi o responsável por distribuir R$ 15 milhões em propina paga pela JBS e, dessa forma, teria conseguido comprar a indicação ao cargo de vice na chapa encabeçada por Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais. A outra contrapartida exigida era que os deputados eleitos votassem em Eduardo Cunha para presidir a Câmara dos Deputados, em 2015.

Esses recursos foram obtidos em função da influência que Antônio Andrade mantinha junto à JBS, quando ocupou a pasta da Agricultura. Ao todo, ele teria participado do esquema que movimentou R$ 37 milhões em propinas junto à empresa de processamento de carne.

Como ministro, Antônio Andrade adotou medidas para beneficiar a exportação de carnes do grupo JBS, o que originou uma propina ao MDB de R$ 7 milhões como compensação. Desse montante, R$ 3 milhões teriam ficado com o vice-governador.

Em nota, a assessoria de Andrade afirma que “não é verdade que tenha sido indicado para os cargos de Ministro e de vice-governador por força de quaisquer interesses escusos, mas sim porque possui 30 anos de vida pública, com um passado limpo e uma história de dedicação na busca do bem comum”.

Segundo seus assessores, o vice-governador foi surpreendido pela decretação de sua prisão provisória, por cinco dias, e prestou depoimento, abrindo mão do direito de permanecer em silêncio. “Ao contrário, fez questão de responder todas as perguntas, prestar as informações solicitadas colaborando com a Justiça para o esclarecimento dos fatos”.

A nota informa ainda que “os atos e as prestações de contas de suas campanhas foram feitas em conformidade com a legislação em vigor e devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral”.

Leia a nota na íntegra:

Comunicado aos mineiros

O vice-governador de Minas Gerais Antônio Andrade (MDB), surpreendido com a decretação de sua prisão provisória por 5 dias, esclarece aos mineiros que prestou depoimento e não usou do seu direito de permanecer em silêncio. Ao contrário, fez questão de responder todas as perguntas, prestar as informações solicitadas colaborando com a Justiça para o esclarecimento dos fatos.

Reafirma a sua inocência e declara não ter realizado, quando esteve à frente do Ministério da Agricultura, nenhum ato em benefício do Grupo JBS ou mesmo ter recebido qualquer vantagem indevida, e que renunciou ao seu sigilo bancário e fiscal disponibilizando à Justiça suas declarações de bens e de seus familiares.

Acrescenta que os atos e as prestações de contas de suas campanhas foram feitas em conformidade com a legislação em vigor e devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Esclarece que não é verdade que tenha sido indicado para os cargos de Ministro e de vice-governador por força de quaisquer interesses escusos, mas sim porque possui 30 anos de vida pública, com um passado limpo e uma história de dedicação na busca do bem comum.

Por fim, agradece a todas as manifestações de apoio e solidariedade recebidas registrando sua confiança no Poder Judiciário.