Um estudante do sétimo período de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG) foi suspenso das atividades e impedido de acessar a instituição por ameaçar realizar um massacre contra colegas, principalmente mulheres, e divulgar mensagens de ódio nas redes sociais.

O homem se apresentava como “luciférico”, “bigodista” e “guerreiro anti-cósmico, anti-tempo, anti-Jeová e pela destruição de todo o Universo”. Em postagens já removidas, associava o útero feminino a Satanás e afirmava que “abortar favelados é based”, expressão usada para atos considerados “corajosos” em atitudes controversas. Em uma foto, aparece mascarado segurando um revólver.

Colegas relataram que o estudante sempre andava sozinho e mantinha comportamento isolado. Em nota, a Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG) informou que agiu de forma preventiva e rigorosa, instaurando um procedimento disciplinar interno, suspendendo imediatamente o aluno e bloqueando seu acesso às dependências da faculdade. A instituição levou o caso ao Ministério Público e à Polícia Civil, que já iniciaram investigação sobre as ameaças.

A faculdade destacou que acionou o Núcleo de Acessibilidade e Apoio Psicopedagógico (NAAP) para oferecer suporte ao estudante e preservou sua imagem, ressaltando que “o aluno tem direito à ampla defesa e ao contraditório, que serão sempre assegurados em todas as etapas do processo”. A FCM-MG reafirmou ainda o compromisso com a ética, a legalidade e a promoção de um ambiente educacional seguro e respeitoso, colaborando integralmente com as autoridades competentes.

E como estão os alunos?
A reação dos alunos, no entanto, foi de insatisfação. Representantes de 12 turmas cobraram explicações imediatas da instituição sobre a suspensão e o possível desligamento do estudante. No documento, afirmaram que a ausência de esclarecimentos tem alimentado boatos e ampliado o sentimento de insegurança no campus. Os estudantes questionaram ainda se a carteirinha e as digitais do colega já foram bloqueadas, se seguranças foram orientados a identificá-lo e quais medidas estão sendo tomadas caso ele permaneça circulando nas imediações da faculdade. Também cobraram informações sobre a notificação ao CRM-MG e ao CFM, para evitar que o aluno se transfira para outra instituição de ensino médico.

Ainda segundo alunos o estudante tentou entrar na faculdade na última quarta-feira (3/9) e foi barrado; ele está suspenso por 15 dias enquanto as investigações prosseguem.