AERÓDROMO INHOTIM
Empreendimento vai gerar cerca de 21 mil empregos; investimento é de R$ 160 milhões
A região metropolitana de Belo Horizonte vai ganhar um novo aeroporto, com pista maior do que a de grandes terminais, como o de São Paulo (Congonhas) e o do Rio de Janeiro (Santos Dumont). Batizado de Aeródromo Inhotim, ele começa a ser construído na próxima semana, em Betim, e promete provocar um boom de crescimento econômico na região. De acordo com o prefeito da cidade, Vittorio Medioli, o equipamento não só vai facilitar a vida de setores já instalados na região, como vai atrair novos empreendimentos.
“Já temos cerca de 60 empresas na fila, aguardando o lançamento do aeroporto para confirmar seus investimentos. Num momento em que a economia não está acelerada, Betim poderá ter um surto inesperado e atípico de crescimento”, afirma Medioli. Segundo o prefeito, o aeródromo aumentará o PIB de Betim em mais de R$ 1 bilhão na primeira fase e vai gerar R$ 86 milhões em impostos para a cidade nos primeiros quatro anos. “Além disso, vai induzir cerca de 21 mil empregos diretos e indiretos nos primeiros dez anos”, ressalta.
Veja AQUI como será o aeroporto em Betim.
As obras começarão no dia 22 de fevereiro, e, de acordo com Luiz Tito, presidente da Orion Participações, empresa responsável pelo empreendimento, a previsão é que o aeroporto fique pronto no prazo de um ano e meio. “Iniciaremos com aviação executiva, mas também temos capacidade para aviação comercial. O grupo já está, inclusive, conversando com companhias aéreas”, destaca Tito.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou que já emitiu a autorização necessária para a construção. No entanto, sobre os portes dos voos, a agência afirma que a definição ainda depende da conclusão das obras e avaliação da infraestrutura.
O Aeródromo Inhotim será construído em uma área de 2,8 milhões de m², no distrito industrial Bandeirinhas, a 4 km do centro de Betim. Segundo os empreendedores, a estrutura permitirá receber aeronaves do modelo Boeing 737, que comporta 180 passageiros, o que viabilizará voos comerciais de grande porte. Ele receberá voos charter e cargas, além de dar suporte e manutenção de aeronaves, com 24 hangares. “Haverá uma escola de pilotagem, e estamos negociando com a Embraer um ponto de referência aeronáutica para formação de mão de obra voltada para a aviação”, diz Medioli.
Serão R$ 160 milhões em investimentos privados. Os recursos virão de um grupo formado por MRV Engenharia, grupo MBK, Paineiras Urbanização, Mass Empreendimentos, Aprove Construções e Empreendimentos, Gtop Engenharia, Gatti Engenharia e Parques Mondovi e Torino.
Em sintonia com um patrimônio cultural
Apesar de se chamar Inhotim, que fica em Brumadinho, o novo aeroporto será construído em Betim. “O investimento não é nosso. Nos consultaram sobre o nome, e achamos que seria uma promoção interessante”, explica o diretor executivo do instituto, Antônio Grassi. “Temos um grande público que vem de fora, e a logística é sempre um problema apontado. As pessoas gastam muito com a viagem terrestre. Será muito bom a opção de descer mais perto. Mesmo sendo só aeronaves menores, num primeiro momento, é muito bom”, afirma Grassi, que torce pela liberação dos voos comerciais em Betim.
Hoje, Inhotim recebe 30 mil visitantes por mês; 30% são de outros Estados e 13% de outros países. A distância até o aeroporto de Confins é de aproximadamente 100 km, e uma corrida de táxi custa cerca de R$ 200. O novo terminal ficará a 15 km (linha reta) e a 30 km por estrada.
Pampulha. Recentemente, o governo autorizou a reativação do aeroporto da Pampulha, mas, avaliando a concorrência para Confins, voltou atrás. O presidente da Orion, Luiz Tito, explica que a situação é diferente, uma vez que esses dois são outorgados pelo poder público. Já o Inhotim será totalmente privado.