O montante seria oriundo de uma dívida que a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) tem com a União. Trecho entre Bairro Betânia e a Avenida Amazonas, onde há um grande número de acidentes, seria contemplado com as obras
A novela da revitalização do Anel Rodoviário pode ter finalmente um fim. Está próximo de ser firmado um acordo entre o Ministério Público Federal (MPF) e a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) pode ser a solução para acabar com os gargalos e diminuir os graves acidentes que acontecem na rodovia. Uma dívida da empresa com a União está sendo negociada para que seja revertida em recursos para obras de melhorias. O valor do repasse seria de R$ 600 milhões. Com o montante, seriam realizadas intervenções no trecho entre o Bairro Betânia e a Avenida Amazonas.
De acordo com o MPF, o acordo está sendo negociado, mas os detalhes não serão detalhados pelo órgão. Em entrevista à Rádio Itatiaia, o procurador Fernando de Almeida Martins confirmou que um acerto está próximo. Segundo ele, as intervenções seriam feitas principalmente nos viadutos, onde há o estreitamento de pista. O procurador afirmou ainda que as negociações estão sendo feitas com a FCA, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), a Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (ANTT), além da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH).
Por meio de nota, a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) confirmou que negociações estão em andamento. “A VLI, controladora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), afirma que está sempre disposta a analisar iniciativas que aprimorem a logística e a mobilidade das localidades onde atua. As tratativas encontram-se em fase de análise e definição dos órgãos responsáveis”, afirmou.
O Dnit informou, também por meio de nota, que “tem prestado todas as informações ao Ministério Público Federal no que diz respeito às necessidades de intervenções nesse trecho do Anel Rodoviário”. O em.com.br entrou em contato com a ANTT para falar sobre o assunto, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
O Prefeito Alexandre Kalil (PHS) afirmou, em entrevista nesta segunda-feira, que ainda não foi comunicado sobre o acordo. “Falta apenas eles combinarem com a gente. Seria muito bem-vindo R$ 600 milhões para o Anel Rodoviário. Se precisar, eu vou lá, ajoelho nos pés deles, não tem problema. Só estou falando que eles não procuraram a Prefeitura. Mas, tomara que Deus permita e que a notícia seja essa, e a gente receba os R$600 milhões”, comentou.
O trecho onde as obras estão previstas é um dos mais perigosos do Anel Rodoviário. Diariamente, passam aproximadamente 135 mil veículos por ele, segundo a Via 040, concessionária responsável pela rodovia. O trecho de descida e com o afunilamento da pista devido a, principalmente, viadutos, é palco de constantes tragédias e graves acidentes.