O empresário Rubens Menin, dono da CNN no Brasil, foi ao Twitter nesta quinta-feira (18) defender o perigoso discurso pregado por Jair Bolsonaro, o do inexistente “tratamento precoce” contra a Covid-19.

Na postagem, porém, ele distorce e minimiza o significado da expressão, que foi popularizada pelos negacionistas e defensores da cloroquina, sugerindo que ela significaria apenas um tratamento antecipado do paciente que testa positivo para a doença. No entanto, o falso “tratamento precoce” envolve a ingestão de medicamentos não comprovados para o tratamento e com efeitos colaterais perigosos até mesmo antes do diagnóstico.

“Mesmo para leigos como eu, parece bastante óbvio, quanto mais cedo começarmos um tratamento médico de qualquer doença, inclusive Covid, melhores serão os resultados. Não entendo a lógica que alguns defendem, em retardar qualquer tratamento. Imagino que as chances serão menores”, postou Menin.


A publicação do empresário acontece no mesmo dia em que o jornalista Rafael Colombo pediu afastamento e deixou o quadro ‘Liberdade de Opinião’, que apresentava trazendo as análises de Alexandre Garcia na CNN. Já haviam acontecido embates públicos anteriores entre os dois, depois que o comentarista bolsonarista defendeu a cloroquina no ar.

Após tweet, Menin diz que não defendeu 'tratamento precoce', mas 'tratamento antecipado'


Após forte repercussão nas redes sociais, Rubens Menin tentou "explicar" sua declaração. Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o dono da CNN Brasil afirmou que "quanto mais cedo" se começa um "tratamento" contra a Covid-19, "melhores serão os resultados". "Eu não defendi tratamento precoce para a doença. Ela não tem cura. Eu defendi o tratamento antecipado", disse Rubens Menin.


Questionado pela jornalista sobre a diferença entre um termo e outro, o dono da CNN Brasil respondeu: "A Aids não tem cura. Mas tem tratamento antecipado. Você pode prolongar a vida de quem tem Aids. A Covid não tem cura. O que funciona é a vacina. Mas existem tratamentos que minimizam o risco da doença. Que dão tempo ao corpo humano para que ele possa se curar". Ele afirma que tanto isso é verdade que "no [hospital Albert] Einstein morre menos gente do que no interior do Piauí".