Em sua viagem a Israel, Jair Bolsonaro conseguiu desagradar a gregos e troianos, no caso aos agressores sionistas e às vítimas da ocupação, os palestinos. "Na novela da transferência da embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, Jair Bolsonaro conseguiu a façanha de ficar mal com todas as partes", diz o jornalista Hélio Schwatsman .
"A bancada evangélica, os grupos mais ideológicos de seu governo, além, é claro, do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, ficaram frustrados com o fato de o presidente ter recuado da promessa de campanha. Em vez de anunciar a mudança da embaixada durante sua visita ao Estado judeu, Bolsonaro limitou-se a dizer que abrirá um escritório comercial na cidade".
"O problema é que mesmo esse pequeno prêmio de consolação basta para indispor o Brasil com os árabes. A Autoridade Palestina condenou a decisão e convocou seu embaixador para consultas. Há o receio de que outros países árabes e islâmicos adotem alguma represália comercial contra o Brasil. O alvo óbvio são as exportações de carne "halal" para o Oriente Médio, o que é motivo de preocupação para a bancada ruralista".
Schwatsman critica a irracionalidade da direita, com seus postulados e propostas que ignoram a experiência positiva, "o que deu certo ao longo da história".