Presidente do STF concede rápida entrevista à imprensa nesta terça (19) e mostra desconforto

LÉO SIMONINI
OTEMPO.com.br

Após visitar vários órgãos do Judiciário em Belo Horizonte, nesta terça-feira (19) o Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, encerrou seu tour institucional na sede do Tribunal Regional Eleitoral da capital, onde falou por cerca de três minutos com a imprensa.

Antes de abrir para perguntas, Toffoli falou dos motivos da agenda na capital, onde conheceu o trabalho de vários órgãos, para em seguida ser sucinto em temas que vem gerando polêmica no país. Sobre a CPI da Lava Toga, protocolada no Senado na manhã desta terça, ele foi direto. "Essa é uma questão do Legislativo, ele vai decidir", resumiu.

Questionado se havia uma crise entre o Judiciário e o Legislativo por causa da operação Lava Jato, mais uma vez o presidente do STF fugiu de polêmicas. "Não há, o STF mantém praticamente todos os casos que envolvem essas investigações, então, temos dado todo o apoio às investigações. E aquelas decisões que são tomadas, têm os recursos cabíveis, e a ampla maioria é mantida", continuou.

Visivelmente desconfortável com os questionamentos, Toffoli também refutou os temores de grupos como MBL e Vem pra Rua de que as decisões já tomadas pela Lava Jato poderiam ser revertidas. "De maneira nenhuma, isso não procede. Nesses casos, de acordo com o juízo da aparência, são mantidas as decisões já proferidas", disse.

Questionado sobre as declarações de Marco Aurélio Melo, de que o inquérito para investigar ataques ao tribunal foi aberto sem consultar os colegas, o ministro respondeu: "A questão desse inquérito está agora com Alexandre de Morais, ele que fala sobre isso", prosseguiu.

Por fim, o presidente do Supremo voltou a falar sobre uma questão que já havia comentado na segunda (18), na abertura de um seminário sobre a macrocriminalidade.

"Temos recebido telefonemas na central do cidadão do STF indicando e denunciando fake news contra toda a sociedade brasileira, que é vítima. Não há democracia livre, sem imprensa livre e um Judiciário independente", completou antes de se retirar da sala pouco mais de três minutos após iniciar a coletiva.