As forças de segurança de Minas Gerais cumpriram, nesta quinta (5), 26 mandados de prisão preventiva contra líderes da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) que ordenaram os ataques a ônibus que ocorreram em todo o Estado no mês de junho. Destes, 23 já estavam encarcerados e três soltos. A polícia ainda procura outros dois mandantes que estão foragidos. Todos os presos serão transferidos para uma penitenciária mineira em regime disciplinar diferenciado, que será aplicado pela primeira vez em Minas. Na prática, isso significa que os criminosos ficarão em celas individuais e perderão benefícios como banho de sol, indulto de Natal e direito a visitas.
Os suspeitos foram denunciados pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por associação ao tráfico, incêndio, dano qualificado e organização criminosa com emprego de arma de fogo. Como a maioria já estava encarcerada, além de ser colocada em regime mais rigoroso, também haverá aumento da pena.
Segundo o procurador-geral do MPMG, Antônio Sérgio Tonet, o próximo passo é achar os dois criminosos foragidos, além de prender os executores dos incêndios a coletivos. “O objetivo inicial era pegar os mandantes dos crimes. Agora vamos realizar outras operações no interior do Estado, especialmente no Triângulo Mineiro e no Sul de Minas, para prendermos os executores, que são pessoas de menor importância no PCC”, afirma.
Até agora foram presas 90 pessoas em Minas Gerais que estavam associadas aos ataques a ônibus, conforme o superintendente de investigação da polícia judiciária, Carlos Capistrano. Junto com os criminosos presos nesta quinta-feira (5) foram apreendidos 29 celulares, drogas e anotações e cadastros da organização criminosa, que, conforme o delegado, poderão orientar as próximas ações da polícia contra esses suspeitos.
Com essa operação, existe a chance de haver novas queimas de ônibus, como reconhecem as forças de segurança. No entanto, o coronel Helbert Figueiró de Lourdes, comandante geral da Polícia Militar, diz que a corporação está preparada para repreender prontamente essas possíveis ações. “Os ataques podem voltar, mas, se começarem, estamos prontos para responder com muita força”, garante.