Em discuros para celebrar os dez anos de Dias Toffoli como ministro do Supremo Tribunal Federal, o ministro Celso de Mello, decano da Corte, afirmou que o país víve uma crise em que "surtos autoritários" emergem ameaçando a democracia.

"O País vive um momento extremamente delicado em sua vida político-institucional, pois de sua trajetória emergem, como espíritos ameaçadores, surtos autoritários (...) e manifestações de grave intolerância que dividem a sociedade civil", afirmou o ministro.


O ministro reforçou ainda que essa situação é agravada "pela atuação sinistra de delinquentes que vivem na atmosfera sombria do submundo digital, em perseguição a um estranho e perigoso projeto de poder, cuja implementação certamente comprometerá a integridade dos princípios que informam e sobre os quais se estrutura esta República democrática e laica".

O decano reforçou a necessidade de que juízes e tribunais "ajam com isenção e serenidade, como membros de um poder livre de injuções marginais e imune a pressões ilegítimas", para que a magistratura possa cumprir, com independência, o que determina a constituição.

Na semana passada, ao dar início ao julgamento que trata sobre a prisão após condenação em segunda instância, lideranças políticas da ultra-direita e militares ligados a esse grupo se manifestaram pelas redes socias.