O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, chefe do Facebook, quer revisar as regras da rede social que permitiram que polêmicas mensagens do presidente dos EUA, Donald Trump, não fossem moderadas após uma semana de protestos internos.

"Vamos revisar nossas regras que autorizam a discussão e a ameaça do uso da força por um Estado, para ver se devemos aprovar emendas", escreveu Zuckerberg em seu perfil, na sexta-feira (5), em uma dirigida a seus funcionários. 

E isso inclui "o uso excessivo da força. Dada a delicada história dos Estados Unidos, isso requer atenção especial", acrescentou.

Diferentemente do Twitter, o Facebook decidiu não intervir em uma mensagem do presidente dos EUA que dizia: "Quando os saques começam, as balas começam", sobre os protestos em apoio a George Floyd que eventualmente terminaram em distúrbios.

A morte em 25 de maio deste homem afroamericano, sufocado por um policial branco em Minneapolis, provocou uma onda de mobilizações inéditas em décadas contra a violência policial e o racismo nos Estados Unidos.

"Quero reconhecer que a decisão que tomei na semana passada perturbou, decepcionou, ou machucou muitos de vocês", disse o fundador da rede social.

Nos dias que se seguiram a várias mensagens controversas de Trump, dezenas de funcionários expressaram seu descontentamento - publicamente, ou em privado. Na segunda-feira, eles organizaram uma greve virtual e pelo menos dois engenheiros pediram demissão.

"O Facebook fornece uma plataforma que permite aos políticos radicalizarem as pessoas e fazer apologia da violência", protestou um deles, Timothy Aveni.Em seu texto, Zuckerberg detalhou sete áreas que sua empresa planeja submeter à avaliação, embora tenha especificado "que pode não haver mudanças em todas elas".

Além do conteúdo sobre o uso da força, ele pretende se concentrar em proteger a integridade das eleições que acontecem este ano nos Estados Unidos.

"Estou confiante nas medidas que tomamos desde 2016. (...) Mas há uma possibilidade significativa de que a confusão e o medo atinjam um nível sem precedentes durante as eleições de novembro de 2020, e alguns, sem dúvida, tentarão capitalizar essa confusão", acrescentou. Ele também respondeu aos funcionários que acreditam que as minorias estão sub-representadas na empresa."Vamos ver se precisamos fazer mudanças estruturais para garantir que os diferentes grupos possam opiniar", completou.