A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), considerada foragida pela Justiça brasileira, permanecerá detida na Itália enquanto a Justiça italiana analisa o pedido de extradição ao Brasil, segundo informações do G1. 

Nesta quarta-feira (27/8), Zambelli participou de mais uma audiência relacionada ao processo de extradição. A defesa da parlamentar solicitou que ela aguardasse a decisão em liberdade, mas o juiz responsável não proferiu uma decisão final, mantendo a deputada presa.

Um novo recurso foi solicitado para que o magistrado tenha tempo de analisar documentos adicionais, com possibilidade de nova deliberação ainda nesta quarta-feira.

Há cerca de duas semanas, Zambelli havia comparecido ao mesmo tribunal, mas a sessão foi adiada após a deputada alegar problemas de saúde. A juíza do caso determinou então a realização de perícia médica, que não constatou problemas.

A defesa reforçou pedidos de soltura com base em questões de saúde e argumentou que não houve solicitação de prisão preventiva por parte do governo brasileiro. Após a audiência, os advogados de Zambelli declararam esperar que ela seja solta "a qualquer momento".

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No entanto, a Corte Suprema italiana já esclareceu que pedidos de prisão incluídos na lista vermelha da Interpol, caso de Zambelli, têm equivalência a medidas cautelares internacionais. O Tratado de Extradição Itália-Brasil prevê que solicitações no âmbito da Interpol podem ser tratadas como medidas cautelares no país europeu.

Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Após a condenação, deixou o Brasil e se instalou na Itália.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, expediu mandado de prisão, cumprido pelas autoridades italianas no fim de julho. O foco do processo atual é a análise do pedido de extradição, que pode definir se a deputada retornará ao Brasil para cumprir a pena.

O que aconteceu com Carla Zambelli?
- Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos e oito meses de prisão pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023, incluindo a inserção de documentos falsos na plataforma;
- Ela está presa na Itália desde 29 de julho, após permanecer quase um mês foragida da Justiça brasileira;
- Em 22 de agosto, o Supremo Tribunal Federal a condenou, novamente, por 9 votos a 2, a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, além da perda do mandato, pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal;
- A parlamentar foi condenada por perseguir, armada, o jornalista Luan Araújo.